Política

Aras defende “verdade real” sobre atentado a faca contra Bolsonaro

O procurador-geral da República, que toma posse nesta quarta-feira, diz não acreditar que Adélio Bispo tenha agido sozinho

Foto: Pedro França/Senado Federal
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu que a Polícia Federal e o Ministério Público aprofundem as investigações sobre a facada sofrida pelo presidente Jair Bolsonaro, durante a sua campanha eleitoral, em agosto de 2018. “Ainda é tempo de buscar a verdade real do atentado”, colocou Aras, ao afirmar que não acredita que Adélio Bispo de Oliveira tenha agido sozinho, como “um lobo solitário”. As informações foram concedidas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O inquérito da PF finalizado em 2018 concluiu que Adélio agiu sozinho, mas abriu novas investigações para apurar a participação de terceiros. Em junho deste ano, a Justiça de Minas Gerais decidiu absolvê-lo por considerá-lo inimputável, ou seja, não pode ser responsabilizado criminalmente pelos seus atos.

Na decisão, o juiz federal Bruno Savino ainda converteu a prisão preventiva em internação provisória. Por enquanto, Adélio segue na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS). Ele deve permanecer internado por tempo indeterminado e ser submetido a uma perícia médica em 2022.

Aras também comentou sobre a recente votação do STF que pode anular sentenças da Operação Lava Jato. Na última semana, o Supremo terminou a votação com a maioria de votos favoráveis à ideia dos réus (delatados) na operação poderem fazer a sua defesa após o depoimento dos delatores. A sessão foi suspensa com o placar de 6 a 3 e está em vias de ser retomada para os votos de Dias Toffoli e do ministro Marco Aurélio Mello. A decisão favorável à tese pode beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no processo do sítio de Atibaia.

Durante a entrevista ao Estadão, Aras defendeu que para haver nulidade é preciso que haja prejuízo e que não teme efeitos drásticos para a Operação Lava Jato. “Se for apurado que os réus cometeram crimes, vícios formais não podem invalidar essas condenações. Segurança jurídica exige submissão dos homens às leis, e não ao arbítrio”, colocou. Sobre o caso Lula, emendou: Não posso falar sobre o mérito de causas que ainda vão ser apreciadas. Do ponto de vista técnico, a suspeição, em tese, não invalida a condenação”.

Aras toma posse nesta quarta-feira, 2, para um mandato de dois anos.

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