Política

Após repercussão de greve, Bolsonaro manda recado enigmático nas redes

Presidente declarou que não abrirá mão de seus ‘princípios fundamentais’: ‘Brasil pediu uma nova forma de se relacionar com os poderes’

Após repercussão de greve, Bolsonaro manda recado enigmático nas redes
Após repercussão de greve, Bolsonaro manda recado enigmático nas redes
Apoie Siga-nos no

Após a ampla adesão à greve contra os cortes na Educação, o presidente Jair Bolsonaro sinaliza que não haverá recuos. Em um recado enigmático publicado nas redes sociais, o presidente limitou-se a dizer que não vai abandonar os ‘princípios fundamentais’ que defendeu, e com os quais, segundo ele ‘a maioria dos brasileiros sempre se identificou’.

Cerca de uma hora antes, ele compartilhou um vídeo atribuída a pais de alunos do Colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro, criticando a greve. Um homem diz, na gravação, que o ato tem ‘cunho completamente político’ e foi organizado para prejudicar o presidente. O tal ‘pai’ é Eduardo Vieira, candidato a vereador pelo Novo nas eleições de 2016.

A greve foi convocada pela União Nacional dos Estudantes e aconteceu em mais de 60 cidades. A entidade estima que mais de 1 milhão de brasileiros tenham ido às ruas. A repercussão se agravou depois que Bolsonaro disse que os manifestantes eram ‘idiotas úteis’ que não sabiam sequer a fórmula da água.

Uma nova data de manifestações já está marcada: o dia 30 de maio. Entre as reivindicações, estão o corte de 30% no orçamento de universidades e institutos federais, o corte de 3 mil bolsas de estudo de mestrado e doutorado da Capes e o bloqueio de 2,4 bilhões de reais dos investimentos da educação básica.

A postura do governo em relação ao caso é confusa. Na terça-feira 14, véspera da greve, aliados do presidente disseram à imprensa que ele havia ordenado o ministro Abraham Weintraub a voltar atrás nos cortes. A deputada Joice Hasselmann, líder do governo, desmentiu instantes depois, atribuindo a informação a um ‘boato barato’. Já Weintraub deu outra versão. Segundo afirmou em audiência com deputados, o presidente de fato pediu o recuo, mas teria sido convencido após ouvir que não haveria corte, e sim contingenciamento de verbas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo