Após pancadaria, Justiça suspende reintegração de área em SP

Diante da reação de moradores, policiais usaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha

Reintegração de posse de um terreno ocupado por cerca de 750 famílias, na Avenida Bento Guelfi, número 2.280. Foto: Marcelo Camargo/ABr

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*Matéria atualizada às 17h50

 

A reintegração de posse de um terreno onde vivem 750 famílias, no Jardim Iguatemi, zona leste da capital paulista, foi suspensa. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, houve suspensão da liminar que determinava, em primeira instância, a reintegração de posse. Antes, o comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Meira, havia determinando a interrupção da ação, marcada pelo confronto entre a polícia e os moradores. Eles atearam fogo e objeto contra os militares, que revidaram com bombas de efeito moral e balas de borracha. Os moradores dizem que pelo menos uma pessoa ficou gravemente ferida, embora a PM não confirme.

Dois helicópteros também foram usados na operação. Uma mulher, grávida de três meses, passou mal e foi socorrida por uma ambulância.

Quatro tratores contratados pelo proprietário, identificado como Heráclides Batalha, estão na entrada da área para desmanchar as construções.

As famílias estão sendo orientadas pelos oficiais de Justiça e pela Associação dos Moradores a procurar a subprefeitura de São Mateus, na mesma região, para fazer um cadastro solicitando auxílio-aluguel.


A área a ser desocupada tem cerca de 130 mil metros quadrados. As famílias vivem ali há sete meses aproximadamente 700 famílias desabrigadas de suas casas para dar lugar às obras do trecho sul da avenida Jacu-Pêssego, na zona leste.

Por causa do confronto, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cancelou a agenda do início da tarde de hoje para acompanhar a tentativa de reverter a reintegração de posse. Ele prometeu interceder pela comunidade junto ao presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori. Segundo Haddad, o plano é publicar um decreto de utilidade pública para suspender a remoção das famílias e desapropriar o terreno.

 

Com informações da Agência Brasil

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