Política

Após Leite, Kassab recebe mais uma negativa para presidenciável do PSD

Ex-governador capixaba Paulo Hartung declina de convite para ser “plano C” do PSD. Lideranças regionais da sigla esperam que dirigente libere apoios a Lula ou Bolsonaro

O ex-ministro Gilberto Kassab. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Sem sucesso nas tentativas de convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e o governador do Rio Grande do Sul (PSDB), Eduardo Leite, a encabeçarem uma candidatura presidencial pelo PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab já tem no radar o terceiro “não”. O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido), apontado por Kassab como “plano C” do partido à Presidência, sinalizou que vai declinar do convite, deixando o PSD sem alternativas no momento.

Em meio ao vácuo de presidenciáveis, lideranças regionais do PSD esperam que o dirigente libere de vez apoios ao ex-presidente Lula (PT) ou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nos estados, cenário que Kassab sempre tentou evitar no primeiro turno.

— Deixei o Hartung muito confortável após meu convite. Mantemos o projeto da candidatura própria, mas agora vamos ter que conversar internamente para definir um nome — disse Kassab.

Ontem, em mais uma negativa a Kassab, o ex-ministro Henrique Meirelles, atual secretário estadual de Fazenda em São Paulo, desistiu de concorrer ao Senado por Goiás pelo PSD. Uma alternativa para a vaga é o presidente da assembleia legislativa goiana, Lissauer Vieira, que deixou o PSB e se filiou também ontem à sigla, com aval de Kassab. Aliado do governador Ronaldo Caiado (União), Vieira e outros nomes do PSD no estado já mostraram abertura a um palanque com Bolsonaro. No Paraná e no Distrito Federal, o comando local da sigla também acena com alinhamento ao presidente.

O apoio a Lula já no primeiro turno, por outro lado, é priorizado pelo PSD em mais de metade dos estados do Nordeste, e também por candidatos em Amazonas e Minas Gerais. Na sexta, por exemplo, o partido filiará na Paraíba a senadora Daniella Ribeiro, irmã do deputado e pré-candidato ao Senado Aguinaldo Ribeiro (PP), que busca um arranjo para subir no palanque com Lula no estado.

A preocupação de ver sua candidatura isolada nesse desenho foi um dos fatores que levaram Leite a recuar de uma migração para o PSD. Leite optou por permanecer no PSDB, que também tem divergências regionais, e renunciou ao governo de seu estado, mantendo a perspectiva de ser o candidato tucano à Presidência num arranjo com siglas como União Brasil e MDB. Kassab não vem participando dessas articulações da chamada “terceira via”.

Citado há um mês por Kassab como possível candidato pelo PSD, Hartung prioriza a unidade do bloco de partidos que busca furar a polarização entre Lula e Bolsonaro. Anteontem, ele chamou Leite de “melhor governador dessa geração” ao compartilhar o vídeo de sua renúncia no Sul. Hartung já foi entusiasta das candidaturas do apresentador Luciano Huck e de Rodrigo Pacheco — ambos decidiram não concorrer em 2022.

Embora tenha aberto portas do PSD a aliados, incluindo o pré-candidato ao governo capixaba Guerino Zanon, Hartung tem indicado que se manterá fora do cenário eleitoral e tampouco disputará a vaga ao Senado no estado.

— Meu projeto é ajudar numa construção para unir o centro expandido da política brasileira, e que nos faça sair da armadilha populista — disse Hartung.

Outra baixa nos planos originais de Kassab foi o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que optou por se filiar ao PSB para ser vice de Lula. Em seu lugar, o PSD filiou e lançou ao governo o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth.

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