Economia

Após intervenção de Bolsonaro, conselheiros deixam a Petrobras

A decisão veio depois que o presidente indicou o general para o comando da petroleira

Após intervenção de Bolsonaro, conselheiros deixam a Petrobras
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Quatro membros do conselho de administração da Petrobras informaram na noite desta terça-feira 2 que não vão aceitar a recondução ao cargo na próxima assembleia geral extraordinária da estatal.

A decisão veio após o presidente Jair Bolsonaro indicar o general Joaquim Silva e Luna para o comando da petroleira para o lugar de Roberto Castello Branco por críticas à política de preços da companhia.

“A Petrobras, em continuidade aos comunicados de 19/02/2021 e 23/02/2021, comunica que foi informada pelos Conselheiros de Administração João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho que não pretendem ser reconduzidos ao Conselho de Administração da companhia na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE)”, diz o comunicado da empresa.

“Em virtude que meu mandato de Conselheiro de Administração será, em breve, interrompido inesperadamente peço, por favor, para não ser reconduzido ao Conselho de Administração na próxima Assembleia. Aproveito para registrar meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal”, acrescentou Paulo Cesar de Souza e Silva.

Leia a nota completa:

A Petrobras, em continuidade aos comunicados de 19/02/2021 e 23/02/2021, comunica que foi informada pelos Conselheiros de Administração João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho que não pretendem ser reconduzidos ao Conselho de Administração da companhia na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

Os Conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani informaram que, ao tempo que agradecem o convite para a recondução, lamentavelmente não poderão aceitar por razões pessoais.

O Conselheiro Paulo Cesar de Souza e Silva manifestou-se nos seguintes termos: “Em virtude que meu mandato de Conselheiro de Administração será, em breve, interrompido inesperadamente peço, por favor, para não ser reconduzido ao Conselho de Administração na próxima Assembleia. Aproveito para registrar meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal.”.

O Conselheiro Omar Carneiro da Cunha se manifestou no seguinte sentido, em mensagem dirigida ao Presidente do Conselho: “Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa, na qual tive o privilégio de servir nos últimos sete meses. Sob sua liderança, participei em um Conselho de Administração de altíssimo nível, que se manteve aderente as estratégias devidamente aprovadas, e seguindo os mais altos níveis de governança e de conformidade com os estatutos da empresa, e aos mais altos padrões de gestão empresarial. Lidei com uma Diretoria do mais alto padrão e funcionários excepcionais. A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial. Sendo assim, acredito que minha contribuição ao Conselho de Administração e à empresa seria fortemente afetada, e minha efetividade reduzida. Agradecendo mais uma vez a forma elegante e profissional como você e os demais companheiros deste CA me recepcionaram, subscrevo-me.”.

A recondução desses Conselheiros havia sido proposta pela União Federal, conforme ofício do Ministério de Minas e Energia recebido pela Companhia em 19/02/2021.

Eventuais substitutos indicados pelo acionista controlador serão submetidos ao processo de análise de gestão e integridade da companhia e objeto de análise pelo Comitê de Pessoas.

Fatos julgados relevantes serão oportunamente comunicados ao mercado.

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