Economia

Após cobrança por cortes, Motta pauta urgência de projeto que reduz incentivos fiscais

A iniciativa acontece após críticas pela falta de medidas do Congresso para contribuir com o corte de gastos na maquina pública

Após cobrança por cortes, Motta pauta urgência de projeto que reduz incentivos fiscais
Após cobrança por cortes, Motta pauta urgência de projeto que reduz incentivos fiscais
O deputado Hugo Motta, atual presidente da Câmara. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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A Câmara votará, na próxima semana, um requerimento de urgência para acelerar a tramitação de um projeto sobre a concessão e revisão de incentivos fiscais concedidos pela União. Segundo líderes do Centrão, esta seria uma forma de mostrar empenho do Congresso na busca por um “ajuste no andar de cima” após a derrubada das regras do IOF.

O requerimento foi apresentado pelo deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), um dos principais aliados do presidente da Casa, Hugo Motta. Nos últimos dias, o chefe da Câmara tem dito a interlocutores ser necessário também apresentar medidas que contribuam para conter gastos desnecessários.

A avaliação ocorre em meio às críticas de setores da sociedade ao que consideram uma contradição do Parlamento: ao mesmo tempo em que cobram do governo Lula (PT) medidas para diminuir despesas, ignoram o impacto financeiro de propostas aprovadas recentemente a toque de caixa, como o aumento no número de deputados federais.

De autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), o projeto de lei complementar trata de critérios, objetivos, metas de desempenho e procedimentos para concessão, alteração e avaliação de benefícios tributários, financeiros e creditícios. A votação do texto também é uma prioridade do Ministério da Fazenda. A proposta já foi aprovada no Senado em 2023.

O parlamentar propôs modificações na Lei de Responsabilidade Fiscal, a exemplo de uma avaliação detalhada dos impactos econômico e social dos incentivos e a fixação de metas para os benefícios, que não deverão ser renovados caso essas diretrizes não sejam atingidas.

A urgência foi apresentada um dia após o ministro Fernando Haddad (PT) afirmar que enviaria um projeto de corte nos benefícios tributários infraconstitucionais somente em agosto. Conforme disse ao jornal Folha de S.Paulo, a proposta de corte de 10% nas benesses traria uma arrecadação de ao menos 15 bilhões de reais à União.

Se aprovado, o requerimento levará o texto para análise diretamente em plenário, sem precisar passar pelas comissões temáticas.

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