Política

Apoiador de Bolsonaro mata defensor de Lula a facadas em MT após discussão

Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, apunhalou o olho, testa e pescoço de Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos

Lei para policiais civis padroniza normas da corporação a nível nacional. Foto: PJC/MT
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Um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) matou a facadas um defensor do ex-presidente Lula (PT) após discussão de briga sobre política na área rural do município de Confresa, no Mato Grosso.

O bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, teria agredido Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, com ao menos três facadas no rosto. Segundo a Polícia Civil do MT, ele confessou o crime e disse ter atacado o homem por motivações políticas. Ele alega ‘ter saído de si’. Os dois trabalhavam juntos em uma fábrica de cerâmicas e estavam, segundo o site G1, em uma chácara cortando lenhas.

A agressão ocorreu durante a manhã de quinta-feira 8 depois de uma discussão iniciada na noite de 7 de Setembro, conforme registra a Polícia Civil. Em nota, a polícia diz que os primeiros relatos do crime estavam ‘sem nexo’, o que levantaram suspeitas de outro funcionário do local, o primeiro a denunciar Rafael como suposto autor do crime.

“O comunicante informou que teria ido para o serviço na zona rural, e ao chegar se deparou com a vítima já em óbito. Ao perguntar para um funcionário que estava com a vítima, este informou uma história sem nexo dizendo que foram dois rapazes que o matou, e tentou também contra sua vida. No entanto, ele conseguiu escapar. Achando estranho o comunicante acionou a patroa”, informa o comunicado. Rafael ainda teria retornado ao local em busca de dinheiro.

Em conversa com o G1, Victor Oliveira, delegado responsável pelo caso, relatou que o bolsonarista, após a discussão, teria partido para cima de Benedito que estava com uma faca em mãos. Ele conseguiu tomar o objeto da vítima, que correu e foi apunhalado nas costas. Antes de dar as primeiras facadas, conta Oliveira, o bolsonarista recebeu um soco no queixo.

O delegado conta ainda que Rafael, após os primeiros golpes nas costas e já com Benedito no chão, atingiu o olho, a testa e o pescoço da vítima com a arma. Após essa primeira agressão, diz o delegado, o bolsonarista foi até outro local e pegou um machado. Com a nova arma, atingiu Benedito, que ainda estaria vivo, no pescoço.

O agressor ainda tentou fugir, mas foi preso após procurar ajuda em uma unidade de saúde por conta de um corte na mão. No hospital, ele disse ter sido vítima de uma tentativa de assalto. Após ser encaminhado para a delegacia, admitiu ter cometido o crime contra Benedito, que já era de conhecimento da polícia.

“O suspeito informou que teria tido uma discussão política com o colega, entraram em luta corporal, quando acabou saindo de si e matou seu colega com golpes de faca”, destaca a nota da PC. Rafael foi então preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e cruel. Na decisão que converteu a prisão de Rafael para preventiva, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes classificou o crime como fruto de ‘ódio político’.

“Em um estado democrático de direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais, torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado”, destaca o juiz na decisão.

O juiz reforçou ainda que esse tipo de crime não pode ser tolerado sob o risco de ‘retornarmos à barbárie’: “A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. A liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”.

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