Política

Apoiada por Dallagnol, procuradora atuou em pedido de impeachment de Gilmar

Novo episódio da Vaza Jato revela que Dallagnol se propôs a ajudar, sob sigilo, em ação contra magistrado do Supremo Tribunal Federal

Foto: Reprodução/Twitter
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Novas revelações de diálogos entre membros da Operação Lava Jato indicam que o procurador Deltan Dallagnol teria se colocado à disposição para ajudar a procuradora Thaméa Danelon revisando parte do texto de um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Os vazamentos foram noticiados pelo jornalista Reinaldo Azevedo, da rádio BandNews, em parceria com o site The Intercept Brasil.

Thaméa é favorita de Augusto Aras, indicado à Procuradoria-Geral da República, para chefiar o grupo da força-tarefa que atua no órgão. Segundo mensagens de 3 de maio de 2017, a procuradora contou a Dallagnol que se aliaria ao advogado Modesto Carvalhosa para redigir um pedido de impeachment contra Gilmar Mendes.

A prática tem legalidade questionada porque procuradores não poderiam atuar a serviço de um advogado em um processo como este. Mas, em vez de adverti-la, Dallagnol incentivou a procuradora a escrever a representação e se propôs a revisar o texto.

Às 12h48 da data em questão, Thaméa escreveu a Dallagnol: “Oi. O Professor Carvalhosa vai arguir o Impeachment do Gilmar. Ele pediu para eu minutar para ele!”. Em resposta, o chefe da Operação Lava Jato ignorou a ilegalidade da prática: “Sensacional Tamis!! Manda ver. Fala com o pessoal do RJ QUE TEM tudo documentado quanto à atuação do sócio da esposa.”

Minutos depois, Dallagnol se prontificou a colaborar: “Se quiser olhamos depois de Vc redigir”. A procuradora respondeu: “Eba!!!! Obrigada!!! Já estou escrevendo!!! Quero sim!!!! Lógico!! Obrigada!!”. O coordenador da força-tarefa ponderou: “Ng pode ficar sabendo que olhamos se não enfraquece. Vão dizer que é vinganca pq soltaram Dirceu”. Thaméa, então, prometeu sigilo: “Não falarei para ninguém de vc!!”.

Em 6 de agosto, o jornal El País revelou mensagens que indicam a atuação de Dallagnol na Suíça para buscar provas contra Gilmar Mendes. Em 8 de agosto, o site UOL noticiou que Dallagnol chegou a chamar o magistrado, em conversa com procuradores, de “brocha institucional”.

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