Política

Antonov desmente governo de SP e nega suposto corte de investimentos por declaração de Lula sobre a guerra

De acordo com o comunicado da empresa, ela não possui representantes no Brasil e segue com interesses em ‘cooperar’ com o país

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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A empresa de aviação ucraniana Antonov informou, nesta quarta-feira 26, não ser verdadeira a informação divulgada pelo governo de São Paulo de que representantes da empresa teriam oferecido 50 bilhões de dólares em investimentos e, posteriormente, recuado da intenção motivados pelas recentes declarações do presidente Lula (PT) sobre a guerra.

De acordo com o comunicado da empresa, ela sequer possui representantes no Brasil. A informação foi divulgada pela Antonov após a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgar uma reunião com supostos conselheiros da empresa no dia 11 de abril.

No encontro, estes supostos conselheiros teriam informado ao governo a intenção de investir 50 bilhões de dólares em São Paulo e no Paraná. Na segunda-feira 24, porém, estes mesmos representantes teriam comunicado a gestão de Tarcísio do recuo.

“Os participantes da reunião entraram em contato, por e-mail, informando que ‘diante das últimas declarações do governo federal, a Antonov decidiu suspender as negociações”, dizia um trecho da nota divulgada pela Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo. A informação falsa repassada pela gestão de Tarcísio ganhou repercussão após reportagem da CNN Brasil.

Nesta quarta-feira 26, após a intensa repercussão do caso, a Antonov desmentiu a informação.

“Atualmente, os meios de comunicação da República Federativa do Brasil estão compartilhando informações falsas de que a ANTONOV suspendeu as supostas negociações sobre o suposto lançamento da produção de aeronaves no Brasil”, inicia o comunicado.

“No entanto, a ANTONOV não possui um representante autorizado no Brasil e não concedeu a quaisquer pessoas, incluindo escritórios de advocacia, qualquer autoridade para representar os interesses da Empresa”, completa, em seguida, a empresa.

Ainda no texto, a empresa ucraniana diz seguir com interesse em ‘cooperar’ com o Brasil caso os negócios ofertados pelo poder local sejam ‘benéficos’.

“A ANTONOV declara oficialmente que realiza constantemente consultas com parceiros estrangeiros de vários países, incluindo a República Federativa do Brasil”, diz. “A ANTONOV enfatiza seu interesse no desenvolvimento da cooperação com a República Federativa do Brasil no campo de tecnologias de aviação e apreciará as iniciativas oficiais da parte brasileira no que diz respeito ao estabelecimento de cooperação mutuamente benéfica.”

Após a empresa desmentir a informação do governo de SP, Paulo Pimenta, ministro-chefe da Comunicação Social de Lula, pediu uma retratação pública:

“Aguardo por uma questão de decência que o governador Tarcísio de Freitas e os veículos de imprensa e parlamentares que reproduziram uma fake news absurda contra o governo federal se manifestem e reconheçam a gravidade do que fizeram”, pediu o ministro.

“Uma história absurda sem base real nenhuma, postada sem nenhum cuidado, como verdade, como informação oficial do governo de SP. Com qual objetivo? Para disputa política?”, questionou Pimenta em seguida.

Em nota, a CNN, primeira a divulgar a informação do governo paulista, lamentou o erro. “Erramos: em uma falha de procedimento, a CNN não procurou, antes da publicação da reportagem, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, à qual pedimos desculpas pelo erro”, escreveu.

Márcio França, ministro que comanda o setor de Portos e Aeroportos brasileiros, também lamentou a divulgação da informação falsa por parte da gestão de Tarcísio.

“É lamentável ver o Governo de SP produzir, ‘oficialmente’, fake news contra o Governo Federal. Eu fui Governador de SP, o presidente também não era do meu partido, mas tínhamos atitudes republicanas, respeitosas. Esse NUNCA foi o padrão de São Paulo.”

O governo de SP, porém, não voltou a se posicionar sobre o tema.

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