Economia
Antes do tarifaço de Trump, Mauro Vieira conversa com representante comercial dos EUA
O objetivo brasileiro é compreender a posição a ser adotada diante desse cenário de incerteza, a fim de reduzir os prejuízos para o País


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, entrou em contato com o chefe do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, nesta quarta-feira 2. Na pauta, o aguardado anúncio que o presidente Donald Trump fará a respeito das novas tarifas que a Casa Branca praticará e que podem afetar diretamente o setor exportador do Brasil.
Desde que o governo Trump passou a adotar uma política tarifária mais agressiva, elevando as taxas de importação de uma série de produtos, integrantes do governo brasileiro e negociadores norte-americanos se mantêm em contato. O objetivo brasileiro é compreender a posição a ser adotada diante desse cenário, de modo a reduzir os prejuízos para o País.
Na conversa desta quarta, Vieira e Greer concordaram em fazer com que as equipes técnicas dos dois governos se reúnam na semana que vem, já cientes das medidas. Ambos também trataram da taxação de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA.
O governo norte-americano tem evitado antecipar o teor do anúncio tarifário desta quarta — data que ficará conhecida, segundo Trump, como o “Dia da Libertação”.
Há uma expectativa de que Trump passe a adotar tarifas recíprocas a outros países, que podem chegar a um teto de 25%. Essa seria uma forma de inverter relações comerciais consideradas “injustas” pelo governo do republicano.
Do lado brasileiro, um dos temores é que o novo tarifaço atinja a exportação do etanol. No início desta semana, o escritório de representação comercial dos EUA, comandado por Greer, divulgou um relatório a mostrar que o item terá relevância nas negociações com o Brasil.
Atualmente, o imposto de importação praticado pelo Brasil sobre o etanol norte-americano é de 18%, enquanto os EUA cobram uma taxa de 2,5% para que o etanol brasileiro atravesse a fronteira.
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