Anos terríveis da Lava Jato levaram a um ‘apagão das canetas’, diz o presidente do TCU

Para Bruno Dantas, a Lava Jato fez com que os gestores públicos não tivessem mais coragem de tomar decisões relevantes, por receio de, anos depois, entrarem na mira da Justiça de forma arbitrária

O presidente do TCU, Bruno Dantas, em evento do grupo Esfera Brasil, em São Paulo, em 22 de abril de 2024. Foto: Ciete Silverio/Esfera

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O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou nesta segunda-feira 22 ter encontrado uma jurisprudência resultante dos “anos terríveis” da Lava Jato. Ele assumiu o cargo no início de 2023.

“Criamos no Brasil, com a jurisprudência da Lava Jato, uma infantilização do gestor público, que não conseguia tomar decisões, ficava paralisado e precisava de um aval prévio dos órgãos de controle para tomar decisões”, disse Dantas no seminário Brasil Hoje, promovido pelo grupo Esfera Brasil em São Paulo.

“Quando assumi a Presidência do TCU me deparei com um quadro complexo, porque tínhamos vivido os anos terríveis da Lava Jato e o TCU tinha estabelecido uma jurisprudência da Lava Jato, feita com o calor de um momento que não poderia reinar para os anos seguintes.”

Essas normas aplicadas pelo TCU nos anos anteriores gerou, na avaliação de Dantas, um “apagão das canetas”. Ou seja, os gestores públicos não tinham coragem de tomar decisões relevantes, por receio de, anos depois, entrarem na mira da Justiça de forma arbitrária.

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1 comentário

joao medeiros 22 de abril de 2024 21h09
Pior foi um impedimento de uma presidenta por assinar uma liberação de recursos extraordinário. O procurador e ministros do TCU foram cúmplices desta barbaridade.

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