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Análise: Lula faz discurso claro e consistente, mas Assembleia foi uma das mais esvaziadas dos últimos tempos

O presidente brasileiro ressaltou a urgência de reformas no Conselho de Segurança e a ineficácia das instituições internacionais em promover a paz e a sustentabilidade

Análise: Lula faz discurso claro e consistente, mas Assembleia foi uma das mais esvaziadas dos últimos tempos
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Foto: Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira, 24, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, mantendo a tradição do Brasil como o primeiro País a se pronunciar, logo após o secretário-geral e o presidente da Assembleia.

Lula fez um apelo contundente à comunidade internacional, destacando a necessidade de ações urgentes em relação à crise climática, além de abordar os conflitos que assolam o Oriente Médio e a Ucrânia. “O uso da força sem amparo no direito internacional está se tornando regra”, afirmou o presidente, denunciando a fragilidade das instituições globais em promover a paz e a estabilidade.

Um dos pontos centrais de seu discurso foi a defesa da ampliação da representatividade no Conselho de Segurança da ONU, criticando o atual formato restritivo que marginaliza a voz de países emergentes. Segundo Lula, a inclusão de novos membros permanentes é essencial para que o órgão reflita a nova ordem mundial.

Para Sergio Lirio, redator-chefe da revista CartaCapital, “Lula faz discurso perfeito no momento mais fragilizado da ONU”.

“É um discurso bem na linha que se esperava, não fugiu do roteiro. Um discurso muito claro e consistente, mas feito em uma reunião que talvez tenha sido a mais esvaziada dos últimos anos”, comentou Lirio, ao vivo, no programa Política na Veia, exibido por CartaCapital no Youtube.

O jornalista Luis Nassif, do Jornal GGN, e do cientista político Claudio Couto, do canal Fora Da Política Não Há Salvação destacaram, também, a crescente impotência da ONU diante dos complexos conflitos contemporâneos, agravados desde o fim da Guerra Fria.

Para Nassif, “os formatos de governança mundial, como a ONU, estão em colapso” e escancaram o enfraquecimento da institucionalidade global.

Couto, por sua vez, observou que, embora Lula tenha exercido um papel de mediador global em seus primeiros mandatos, o atual cenário internacional fragmentado dificulta a retomada desse protagonismo pacificador. Para ele, “as instituições internacionais estão em frangalhos”, o que limitaria a atuação de líderes que, como o presidente brasileiro, buscam soluções diplomáticas.

Assista a íntegra do Política na Veia:

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