Política

Análise: Bolsonarismo engajou nas redes com questionamento a integridade das urnas

Publicação da Editoria de Redes do Observatório das Eleições monitorou engajamento da Lula e Bolsonaro nas redes sociais

(Ilustração: iStock)
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Na quarta semana de campanha eleitoral, o monitoramento da equipe de Redes do Observatório das Eleições, nosso relatório avaliou o efeito da cobertura dos atos em favor de Bolsonaro durante as celebrações do Bicentenário da Independência brasileira. Conforme esperado, as redes sociais monitoradas (Facebook e Instagram) demonstraram, ambas, dados favoráveis ao bolsonarismo.

Entretanto, os dados não foram tão positivos quanto os apoiadores do presidente esperavam. Tanto no Facebook, quanto no Instagram notamos que os números de interações, visualizações e seguidores aumentaram no grupo de páginas bolsonaristas, como esperávamos para uma semana com um evento tão importante. Todavia, os números foram inferiores aos da segunda semana de campanha, quando ocorreram as sabatinas dos candidatos à Presidência no Jornal Nacional, da TV Globo.

Facebook

2ª semana

4ª semana

Instagram

2ª semana

4ª semana

Narrativas na semana no Twitter

Na semana de 1 a 16 de setembro, a partir de um monitoramento considerando-se os temas mais relevantes no espectro do tema guarda-chuva “sistema eleitoral”, a partir dos tuítes com mais engajamento, foi possível identificar as narrativas que ganharam mais força, em cada campo, em relação às urnas eletrônicas:

Campo bolsonarista: ridicularizou a segurança das urnas eletrônicas e alegou a impossibilidade de se fazerem questionamentos sobre as urnas e o próprio sistema eleitoral (pois são perseguidos, segundo alegam). O campo bolsonarista também estabeleceu um paralelo distorcido do que ocorre na constituinte chilena com o debate sobre a integridade das urnas eletrônicas no Brasil.

Campo lulista: houve uma ridicularização da participação das Forças Armadas no debate sobre segurança das urnas eletrônicas e crítica à atenção dada a essa pauta pelo bolsonarismo diante da pauta da fome que atinge parte expressiva da população brasileira. Houve referência ao envolvimento do Exército nos testes de integridade das urnas no dia da eleição.

Esse material de análise foi produzido pela equipe da Editoria de Redes do Observatório das Eleições a partir do monitoramento de 400 contas, englobando atores diversos do campo Lulista e do campo Bolsonarista, em quatro plataformas: Twitter, Youtube, Facebook e Instagram. A Editoria de Redes Sociais do Observatório das Eleições visa produzir dados e análises sobre como as tecnologias digitais estão sendo utilizadas pelos atores nas eleições de 2022. A partir do monitoramento das plataformas, contribuímos para mostrar tendências e para avaliar o comportamento público de candidatos (as), militantes e apoiadores. Também lançamos luz sobre as políticas das empresas de Internet e sua relação com as autoridades eleitorais. Para mais informações e acesso a dados e análises, vejam a nossa página… e sigam as nossas redes.

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