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Amortecedor avariado

Ciro Nogueira, figura central na campanha de Bolsonaro, sofre com os escândalos na Educação e o “fogo amigo”

Escudo. Nogueira promete absorver “os choques” e aliviar a vida de Bolsonaro. Ponte é um apadrinhado que causa problemas ao ministro - Imagem: Mateus Bonomi/Agif/AFP e Pedro França/Ag.Senado
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Às 9h54 de 16 de fevereiro, o pastor evangélico Gilmar Santos entrou no gabinete da Casa Civil da Presidência. O ministro-chefe do pedaço, Ciro Nogueira, estava com a agenda, ao menos a oficial, livre. Recebeu o visitante? Santos é fundador e presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, entidade que tem na diretoria Arilton Moura, outro religioso que visitou a Casa Civil naquela quarta-feira de fevereiro. Santos e Moura permaneceram ali pouco mais de uma hora. Trata-se, sabe-se desde março, de dois lobistas, cobradores de propina em troca de influência no Ministério da Educação, rolo que custou a cabeça de outro pastor, Milton Ribeiro, do comando da pasta há algumas semanas e gerou inquéritos na Polícia Federal e no Ministério Público, além de pressões por uma CPI no Senado.

A dupla de vendilhões tinha estado anteriormente na Casa Civil em 8 de dezembro de 2021. Duas vezes, aliás. Pela manhã, entre 10h35 e 10h49, período sem compromissos na agenda de Nogueira, e à tarde, das 14h24 às 15h04, horário em que o ministro recebia um deputado da Bancada da Bíblia, João Campos, do Republicanos de Goiás, estado onde está sediada a entidade de Santos. Naquela passagem por Brasília, Moura jantou com Ribeiro em um apartamento. Um dos comensais era o prefeito da cidade maranhense de Centro Novo. O alcaide Junior Garimpeiro é do PP, partido no qual Nogueira dá as cartas, embora licenciado. Fazia cinco dias que Garimpeiro deixara a cadeia com um habeas corpus, após dois meses de prisão preventiva por integrar, segundo a Polícia Federal, um esquema de devastação ilegal da Amazônia na busca de metais preciosos. O prefeito publicou uma foto do convescote em seu perfil na rede social Instagram em 9 de dezembro.

Todos os caminhos dos pastores-lobistas do MEC levam ao gabinete do chefe da Casa Civil

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