Amazônia/ Criminosa omissão

O governo faz corpo mole nas buscas por jornalista britânico e indigenista

Imagem: Redes sociais

Apoie Siga-nos no

O desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips desnudam a criminosa omissão estatal em relação aos criminosos que ­atuam na Floresta Amazônica. Colaborador assíduo do The Guardian, Phillips pediu auxílio a Pereira, um servidor licenciado da Funai, para investigar as constantes invasões de madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais nas terras indígenas. Desapareceram na manhã do domingo 5, durante um deslocamento de barco pelo Rio Itaquaí, após uma visita aos limites da Terra Indígena Vale do Javari.

Pereira chefiou a Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém-Contatados até 2019, mas foi removido do cargo após liderar uma operação que expulsou centenas de garimpeiros da Terra Indígena Yanomâmi, em Roraima. Na ocasião, os agentes destruíram equipamentos dos garimpeiros e apreenderam um helicóptero. Punido por cumprir o seu dever, o servidor pediu licença não remunerada­ da Funai e passou a assessorar a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), onde poderia atuar livre das interferências políticas. Sem a proteção institucional do órgão público, passou, porém, a receber numerosas ameaças dos criminosos da floresta.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 15 de junho de 2022 17h03
O desaparecimento do indigenista e do jornalista britânico na selva Amazônica vai continuar repercutindo muito negativamente no exterior. O governo Bolsonaro peca por omissão para não dizer por ação no desaparecimento dos dois profissionais e ativistas ambientais. Suas declarações infelizes e desidiosas soam como falas cínicas perante a comunidade internacional. É assim, com todo esse descaso e proteção aos criminosos madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores e todos os invasores das terras indígenas que Bolsonaro governou por quase quatro anos o Brasil. O desaparecimento, e agora confirmada a morte, dessas duas pessoas deveria causar uma comoção em todo o país, mas parece que o povo daqui está acostumado a ser maltratado pelas políticas anti-ambientais e criminosas do bolsonarismo com um amedrontamento generalizado. Após a saída desse governo, e apurada todas as investigações e encontrado os culpados, todos os responsáveis deveriam ser condenados e presos pelo sistema penal brasileiro, mas parece que por aqui só negros, pobres e demais excluídos do sistema sofrem as duras penas da lei, infelizmente!

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.