Política
Alerj vota impeachment de Witzel; entenda o que pode acontecer
Nos bastidores, deputados acreditam que o processo será aprovado por unanimidade
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vota nesta quarta-feira 23 a abertura do processo de crime de responsabilidade contra o governador afastado, Wilson Witzel (PSC), suspeito de corrupção na área da Saúde.
Witzel confirmou presença na sessão e deve fazer sua defesa oral.
Jamais renunciarei. Em 1 ano e 7 meses de gestão, fiz muito pelo Estado: salários em dia; ampliação dos programas de segurança; aumento da carga horária dos professores, investimentos robustos em ensino e pesquisa; dentre outras realizações.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 22, 2020
A vida me forjou nos desafios. Menino pobre, orgulho de uma doméstica e de um metalúrgico. Resistirei. Politicamente, minha história está apenas começando. Juridicamente, minha absolvição e retorno imediato ao cargo no qual o povo me colocou é o único caminho possível.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 22, 2020
Para o processo avançar, são necessários 47 deputados votem contra o governador, ou seja, dois terços do total de 70 deputados.
Na semana passada, o relatório que defendia a continuidade do impeachment foi apoiado na comissão processante por todos os 24 deputados presentes na votação.
O resultado mostra fragilidade na relação entre Witzel e a Alerj. Nos bastidores, deputados acreditam que a votação desta quarta será mais uma goleada contra o governador afastado.
Se o impeachment for aprovado pelo plenário da Casa, o caso segue para um tribunal misto formado por cinco deputados e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Depois, o tribunal tem até 120 dias para concluir se houve crime de responsabilidade. Se for confirmado, Witzel será afastado definitivamente do cargo.
Corrupção na Saúde
O pedido de impeachment se baseou em suposta improbidade administrativa e mau uso do dinheiro público na Saúde em meio à pandemia do coronavírus, com base nas operações Placebo e Favorito.
Ele é acusado de receber propina das empresas ligadas ao esquema através de contratos falsos firmados com o escritório da primeira-dama Helena Witzel. O governador afastado, que nega as acusações, teria recebido pelo menos 554,2 mil reais.
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