Além dos precatórios: deputados do PDT apoiaram Reforma da Previdência e privatizações

O recente endosso da bancada pedetista à PEC gerou consequências, como a suspensão da pré-candidatura de Ciro Gomes ao Planalto

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

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O apoio da bancada do PDT na Câmara à PEC dos Precatórios, na quarta-feira 3, teve consequências imediatas no partido. No início desta quinta 4, Ciro Gomes anunciou a suspensão de sua pré-candidatura até que os deputados reavaliem o endosso à proposta.

 

 

“Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo. Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas”, disse o presidenciável.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, levará ao Supremo Tribunal Federal os questionamentos sobre as manobras regimentais do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para facilitar a aprovação da PEC em 1º turno.


Desde 2019, no entanto, o PDT apresenta dificuldades para unificar sua bancada em votações que mobilizam a esquerda no Parlamento e nas redes sociais, como a da Reforma da Previdência e de projetos que abriram caminho para privatizações.

Em julho de 2019, o PDT tomou a decisão de suspender 8 deputados que contrariaram a orientação da sigla e votaram a favor das mudanças na Previdência apresentadas pelo governo de Jair Bolsonaro. Entre os suspensos estavam Tabata Amaral (SP), que trocaria o PDT pelo PSB.

No PDT, votaram a favor da Reforma da Previdência Tabata Amaral, Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).

Cutrim se filiou em março deste ano ao Republicanos.

Outra votação importante a dividir a bancada pedetista é a da Medida Provisória que pavimentou o caminho para a privatização da Eletrobras, em maio deste ano. O PDT, a exemplo de PT e PSOL, tentou obstruir a análise, mas 4 de seus deputados avalizaram a MP, que foi aprovada: Alex Santana, Flávio Nogueira, Jesus Sérgio e Marlon Santos.

Três meses depois, os deputados aprovaram um Projeto de Lei que autoriza a privatização dos Correios, outra pauta que gerou forte reação da esquerda. O PDT, como PT, PSOL e outros partidos de oposição, recomendou o voto contrário ao PL. Houve, no entanto, 5 votos pedetistas a favor do texto: Alex Santana, Flávio Nogueira, Jesus Sérgio, Marlon Santos e Tabata Amaral.

Na votação em 1º turno da PEC dos Precatórios, o PDT decidiu apoiar o texto relatado por Hugo Motta (Republicanos-MA) e endossado pelo governo Bolsonaro e por Arthur Lira.

“Tínhamos a preocupação com os professores que tinham seus precatórios. Celebramos um acordo com o presidente Lira e conseguimos o compromisso da precedência do pagamento desses precatórios, de dividir esse pagamento em 40%, 30% e 30%, em 2022, 2023 e 2024, respectivamente”, disse na sessão o líder da bancada, Wolney Queiroz (PE). “Encaminhamos o voto favorável”.

Os 25 votos de dois partidos de esquerda – PDT e PSB – foram decisivos para a aprovação da proposta, que obteve 312 votos favoráveis, somente 4 a mais que o mínimo necessário para o avanço de uma PEC.

No PDT, foram 15 votos de endosso: Afonso Motta (RS), Alex Santana, André Figueiredo (CE), Dagoberto Nogueira (MS), Eduardo Bismarck (CE), Flávia Morais (GO), Flávio Nogueira, Fábio Henrique (SE), Félix Mendonça Jr. (BA), Leônidas Cristino (CE), Mário Heringer (MG), Robério Monteiro (CE), Sílvia Cristina, Subtenente Gonzaga e Wolney Queiroz.

Na Reforma da Previdência, PT, PSOL, Rede e PCdoB votaram unanimemente contra o texto, enquanto o PSB deu 10 votos a favor. Nas privatizações, a tendência se manteve: PT, PSOL, Rede e PCdoB rejeitaram sem divergências a MP da Eletrobras e o PL dos Correios, enquanto o PSB deu 5 e 3 votos favoráveis, respectivamente. Na análise da PEC dos Precatórios, PT, PSOL, Rede e PCdoB voltaram a se unir para rejeitar o texto sem defecções.

 


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