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‘Além de traidor, é mentiroso’, diz Flávio Bolsonaro sobre Moro
‘A imagem de Moro hoje perante a população é de um traidor que saiu atirando em quem lhe deu a oportunidade’, afirmou o senador


O senador Flávio Bolsonaro voltou a atacar o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ao chamá-lo de ‘traidor’ e ‘mentiroso’ em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira 17.
Para o parlamentar, “a imagem de Moro hoje perante a população é de um traidor que saiu atirando em quem lhe deu a oportunidade e confiou nele”.
“Descobrimos que ele não tinha uma identidade ideológica com o nosso governo. Ao contrário. Ele entendia que o governo estava equivocado e causava em questões como o armamento. Ele trabalhou diretamente contra isso, boicotou”, disse o filho do presidente Jair Bolsonaro. “Tentou trazer para o governo pessoas que defendem o aborto e a legalização de drogas, pautas sagradas para nós. É uma pessoa antipática, inconfiável, que não tem palavra, não tem lado”.
Na conversa, Flávio ainda rebateu a versão de Moro sobre o presidente ter usado a Polícia Federal para proteger o filho no caso das rachadinhas.
“Além de traidor, é mentiroso. Em relação à PF, o que ele poderia interferir para me proteger? Nada. Moro cria narrativas mentirosas. Se ele mostrasse quem era desde o início, se tivesse caráter, sequer aceitaria entrar para o governo. As pessoas que não têm caráter têm esse perfil dissimulado. Hoje tenho grande desprezo por ele. Ele faz qualquer coisa para atingir seu objetivo de poder”, disse.
Flávio ainda faz uma defesa de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e rechaça uma comparação entre ele e o ex-presidente Lula.
“Valdemar foi condenado por uma situação que lá atrás era corriqueira na política. Ele pagou por isso e hoje está quite com a Justiça. Não deve nada, não tem processos contra ele. É diferente do ex-presidiário Lula, que não pagou pelos seus crimes, tinha ingerência direta nas roubalheiras em seu governo. Só na Petrobras os delatores devolveram 1 bilhão de reais em dinheiro roubado, em corrupção. Imagina o que não fizeram em outras estatais”, afirmou.
Por fim, o senador ainda disse que o momento de maior tensão no governo do seu pai foi o 7 de Setembro.
“Bolsonaro já estava saturado com uma sequência de decisões do Judiciário que a gente entendia que eram absurdas, tomadas para provocar, desgastar. Há ministros ponderados no STF, que têm de fazer os outros entenderem que não dá para alguém se intitular o salvador da Pátria, como se estivesse defendendo o Brasil de um ditador chamado Bolsonaro”, revelou.
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