Política
Alckmin nega acusações de delator: ‘Em ano eleitoral, o noticiário se ocupa por versões irresponsáveis’
Os supostos fatos teriam relação com os pleitos paulistas de 2010 e 2014, vencidos pelo então tucano


O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, provável vice de Lula (PT) nas eleições presidenciais deste ano, rebateu nesta quarta-feira 16 a delação premiada de um ex-presidente da Ecovias que declarou, em abril de 2020, que a empresa teria pago 3 milhões de reais em caixa 2 a campanhas do ex-tucano.
A Ecovias administra o sistema Anchieta-Imigrantes, ligação entre a cidade de São Paulo e o litoral sul paulista. Trechos da delação vieram à tona nesta quarta em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Como de praxe desde o advento da Lava Jato, não houve a publicação da íntegra do acordo de colaboração premiada.
Em nota, Alckmin afirmou que “não conhece os termos da colaboração, mas sabe que a versão divulgada não é verdadeira” e que “as suas campanhas eleitorais jamais receberam doações ilegais ou não declaradas”. Também declarou que “todas as contas foram efetuadas sob fiscalização da Justiça Eleitoral e do próprio MP”.
O favorito a ocupar a vice de Lula ainda disse lamentar que, “depois de tantos anos, mas em novo ano eleitoral, o noticiário seja ocupado por versões irresponsáveis e acusações injustas”. Disse, por fim, que “seguirá prestando contas para a sociedade e para a Justiça, como é dever de todos”.
A delação de Marcelino Rafart de Seras se refere a supostos episódios nos pleitos paulistas de 2010 e 2014, vencidos por Alckmin. No primeiro, o pagamento via caixa 2 seria de 1 milhão de reais; no segundo, de 2 milhões.
Nesta quarta, integrantes da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público começam a ouvir investigados, após a homologação da delação pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo.
A divulgação ocorre no momento em que Alckmin encaminha sua filiação a um novo partido, após deixar o PSDB, para ocupar o posto de vice na chapa encabeçada por Lula.
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