Alckmin esnoba os ‘temores’ do mercado: ‘Se alguém tem responsabilidade fiscal, é o Lula’

Nesta quinta, o presidente eleito questionou 'por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal'

O vice-presidente Geraldo Alckmin. Foto: Sergio Lima/AFP

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O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) rebateu, nesta quinta-feira 10, a “reclamação” de setores do mercado após um pronunciamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre responsabilidade fiscal e social.

Alckmin mencionou o legado dos dois governos de Lula na redução da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto e no superávit primário obtido pelas gestões do petista. Afirmou também que as “oscilações de mercado no dia de hoje têm inclusive questões externas, além da questão local”.

Mais cedo, ao discursar a parlamentares aliados, Lula questionou “por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal”.

“Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos? Por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste País?”, perguntou o petista.

Lula ainda declarou que “muitas coisas que são consideradas como gastos precisam passar a ser encaradas como investimento”. Citou, por exemplo, os cortes promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no programa Farmácia Popular.

Por volta das 16h, o dólar disparava quase 4% e o Ibovespa caía 3,71%. Durante entrevista coletiva, Alckmin esnobou os números e a reação intempestiva dos investidores.


“Ele [Lula] falou da questão social e da questão fiscal e explicitou que assumiu o governo [em 2003] com uma dívida de quase 60% do PIB. Quando transferiu o governo, era menos de 40% do PIB. E teve superávit primário em todos os anos. Então, se alguém teve responsabilidade fiscal foi o governo Lula”, declarou o vice-presidente eleito.

O fator “relevante”, na avaliação de Alckmin, é o crescimento da economia, a passar por investimentos públicos e privados, recuperação do planejamento e desenvolvimento de “bons projetos”.

Ele também foi questionado sobre a PEC da Transição, solução encontrada para viabilizar o pagamento do Bolsa Família de 600 reais. Segundo o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento, o valor da proposta chegaria a 175 bilhões de reais.

Alckmin reforçou que Orçamento de 2023 foi enviado ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, não pelo presidente eleito.

“E você tem um problema: não está previsto o Auxílio Brasil ou Bolsa Família [de 600 reais]. Acho que não há ninguém que seja contra você enfrentar a questão da fome e da população em pobreza gigantesca como temos no Brasil.”

O pessebista ainda destacou a necessidade de não interromper serviços públicos e apontou a falta de recursos para dar sequência a obras do Minha Casa, Minha Vida e para “cumprir as tarefas de Estado na Saúde e na Educação”.

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