Alckmin elogia ‘predicados’ de Lula e mira ‘civilidade’; aliados dizem que a chapa ‘não é impossível’

'Eu fico honrado pela lembrança', afirmou o ex-governador, de saída do PSDB; Márcio França reiterou o convite para que ele se filie ao PSB

Geraldo Alckmin e Lula devem formar chapa para eleição neste ano. Fotos: Rovena Rosa/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil

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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin afirmou, nesta sexta-feira 12, que ficou “honrado” por ter seu nome ventilado para compor uma chapa nacional com o ex-presidente Lula.

 

 

“Olha, temos ouvido que vou ser senador, governo e vice-presidente. Eu fico muito honrado pela lembrança de meu nome”, afirmou.

Depois de tirar um período sabático, como ele mesmo definiu, o tucano voltou ao centro do debate político depois que um encontro com Lula, ao que tudo indica coordenado pelo ex-deputado federal Gabriel Chalita e com a participação de Fernando Haddad, foi revelado.


As conversas, ainda iniciais, não foram negadas por Alckmin ou por aliados de Lula, e ambos têm trocado frases cordiais nos últimos dias. Para aliados de ambos, a chapa “não é impossível”.

“A política precisa ser feita com civilidade. É preciso resgatar a boa política e ela precisa ser feita por quem tem apreço pela democracia”, declarou. Questionado se Lula possui esses “predicados”, Alckmin respondeu: “Lula, claro que tem os predicados, não só ele”.

Pessoas que participam das conversas afirmam que mesmo que Alckmin tenha perdido terreno em Brasília e ficado em 4º lugar na disputa presidencial de 2018, poderia ser um nome para ajudar o PT a extrapolar a sua base mais consolidada e avançar sobre outras fatias do eleitorado que estejam indecisas ou tenham votado em Bolsonaro.

Alckmin e Lula não rechaçaram as sondagens por conversas sobre uma aliança e têm trocado afagos nas redes e em entrevistas. Alckmin comentou pelas redes sociais:

 

 

Já Lula teria dito que “dormiria tranquilo” tendo Alckmin como seu vice e, segundo a colunista Thais Oyama, do UOL, teria elogiado o ex-governador ao dizer que ele é o “único tucano que gosta de pobre”.


De malas prontas para sair do PSDB, Alckmin, segundo aliados, deu um passo atrás nas negociações com o PSD de Gilberto Kassab e tem visto com bons olhos uma filiação ao PSB. Márcio França confirmou que reiterou o convite para que o aliado ingresse na legenda.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, é entusiasta de uma aliança com o PT. Caso uma chapa presidencial entre as legendas se oficialize, França poderia abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo e concorrer ao Senado.

“Eu quero ser governador. Mas primeiro temos que cuidar para que o problema maior do Brasil seja resolvido. Separar democracia de não democracia. Esse é o primeiro corte. Eu gostaria que a gente continuasse com o regime democrático”, afirmou França, emendando que a chapa PT-Alckmin tem “cara de encaixe”.

Alckmin e Ciro Gomes gravaram, em São Paulo, o último episódio do reality show “político” de Márcio França, que deve ir ao ar em dezembro.

 

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