Política

Alckmin critica ONU por culpar governo do estado pela crise hídrica

O governador de São Paulo enviou um ofício ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenando os métodos utilizados pela relatora especial que culpou o governo pela crise do Sistema Cantareira

"A seca pode ser importante, mas o racionamento de água precisa ser previsto, e os investimentos necessários precisam ser feitos", afirmou a relatora
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Um ofício obtido pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues mostra uma crítica do governador Geraldo Alckmin à relatora especial da ONU, Catarina de Albuquerque, por ter culpado o governo de São Paulo pela crise hídrica pela qual o estado vem passando. Na segunda-feira 20, o Sistema Cantareira atingiu sua menor média histórica com 3,5% de sua capacidade, já acrescido o montante do volume morto. Em carta enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Alckmin exige que a relatora faça retratações a respeito do relatório e ameaça não comparecer à Cúpula Climática que ocorreu na sede da ONU em Nova York, no fim de setembro.

O ofício foi enviado no dia 9 de setembro e traz duras críticas à relatora, que, segundo Alckmin, não mostrou interesse em mostrar que “desde o ano passado, a seca atingiu níveis graves e sem precedentes”.

Em setembro, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Catarina afirmou que “a seca pode ser importante, mas o racionamento de água precisa ser previsto, e os investimentos necessários precisam ser feitos”. “A responsabilidade é do Estado, que precisa garantir investimentos em momentos de abundância”, completou.

O governador de São Paulo, entretanto, acusa Catarina de não ter tido iniciativa de conhecer representantes da Sabesp e que o relatório elaborado está permeado de erros técnicos, como apontar a média de desperdício do estado (31,2%, como afirma Alckimin no ofício) como sendo a média de desperdício nacional (em torno de 40%).

O governador de São Paulo também critica a elaboração do relatório a poucos meses das eleições, onde Alckmin concorria à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes. Gostaria, portanto, de propor que a ONU contribuísse para o entendimento completo da situação através da alteração da informação transmitida à população de São Paulo pela relatora especial. Se a correção não for feita, eu seria obrigado a acreditar que a relatora especial encarna integralmente a posição das Nações Unidas sobre o assunto, e, assim, eu estarei incerto da capacidade de a organização em sediar a Cúpula Climática e mostrar propriedade, criatividade e liderança em um assunto de importância vital e global”, declara o governador sobre o evento que ocorreu em 23 de setembro, em Nova York.

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