Política

Alckmin acusa Doria de comprar prefeitos com repasse de verbas

Em evento com Márcio França, ex-governador ainda atacou a elevação de impostos em SP

Fotos: José Cruz/Agência Brasil e Divulgação/GOVSP
Apoie Siga-nos no

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), provável vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusou neste sábado o seu ex-colega de partido João Doria (PSDB) de “comprar prefeitos”. O ex-tucano também criticou a elevação de impostos no estado de São Paulo.

Ao discursar no evento de debate sobre o programa de governo da pré-candidatura de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo, Alckmin abordou a forma como a atual gestão investiu recursos públicos e disse:

— Como aplicou o dinheiro? Fisiologismo, política do século XIX, dinheiro público que precisa ser respeitado. Você comprar prefeito? É inacreditável. Eu fui prefeito do MDB no auge da ditadura e não chegava a esse ponto. Você pôr a faca no peito e dizer que se ele não mudar de partido, não recebe dinheiro público, dinheiro do povo, pago com sacrífico de impostos. Não é possível isso. É preciso mudar — disse o ex-governador, sem citar o nome de Doria, que deixou o comando do estado no último dia 31 para disputar a Presidência da República.

Alckmin saiu o PSDB em dezembro do ano passado depois de 33 anos no partido por desentendimentos com Doria, de quem já foi padrinho político.

Na visão de Alckmin, o governo paulista errou também ao definir sobre a tributação de produtos no estado.

— O governo é escolha. Você escolhe quem tributa e para quem coloca dinheiro. O governo aqui de São Paulo neste momento fez as duas escolhas erradas.

Acusou ainda a gestão Doria de prejudicar os mais pobres.

— Tributou o trabalhador, o consumo, aumentou imposto de comida em plena pandemia, de remédio, de cadeira de roda, de insumos de saúde.

Alckmin disse que, por outro lado, seu ex-colega de partido deu benefício para a elite.

— Baixou o imposto do querosene do avião, do jatinho, do transporte de elite, mas aumentou o do óleo diesel, que pega o transporte de tudo. Está aumentando a inflação.

Para o ex-governador, a elevação de impostos de materiais de construção em São Paulo “afeta a construção civil, setor que mais gera emprego”.

Indicado na sexta-feira pelo PSB para ser vice na eleição presidencial, Alckmin, por outro lado, usou o mesmo assunto, a questão tributária, para elogiar Lula:

— O que o Lula fala? Vou pôr o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento. Isso é civilizatório.

No evento que reuniu especialistas para debater propostas para o estado, Alckmin disse que França pode conter com ele. O PT alimenta a expectativa que o pré-candidato do PSB desista de concorrer para apoiar o ex-prefeito Fernando Haddad.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo