Política
Ala do União Brasil vai pedir impugnação da filiação de Moro
Grupo formado por Caiado, ACM Neto e Davi Alcolumbre reagiu à declaração do ex-juiz


Uma ala do União Brasil formada por egressos da direção do antigo DEM pedirá ainda nesta sexta-feira a impugnação da filiação do ex-juiz Sergio Moro ao partido. A decisão é uma reação à declaração do ex-magistrado de que “não desistiu de nada”.
O grupo é o mesmo que na quinta-feira havia soltado uma nota em que deixava “claro que o eventual ingresso (de Moro) ao União Brasil não pode se dar na condição de pré-candidato à Presidência da República”.
Assinavam a nota o ex-prefeito ACM Neto, secretário geral do União Brasil, o ex-senador José Agripino Maia, vice-presidente da legenda, o deputado Efraim Filho, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a deputada Professora Dorinha (BA), o ex-ministro Mendonça Filho, o senador Davi Alcolumbre e o prefeito de Salvador, Bruno Reis.
— Vamos apresentar, ainda hoje, um requerimento de impugnação da filiação dele. Será assinado pelos 8 membros com direito a voto no partido, o que corresponde a 49% do colegiado. A filiação, uma vez impugnada, requer 60% para ter validade — declarou ACM Neto.
Questionado pelo GLOBO ainda no hotel onde fez o seu pronunciamento sobre a decisão da ala do União Brasil de apresentar a impugnação da sua filiação, Moro não respondeu.
Pessoas próximas a Moro disseram que o pedido de impugnação não preocupa em nada o ex-ministro e que é apenas um ato político da ala conduzida por ACM Neto.
Os demais egressos do DEM confirmaram a contrariedade com a fala de Moro nesta sexta-feira.
— Se ele se filiou para ser candidato a presidente, vamos pedir a impugnação da filiação dele agora — disse Caiado.
O deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União na Câmara, afirmou que Moro não tem respaldo na legenda para ser candidato à presidência.
— A gente falou sobre ele entrar para disputar uma vaga no Congresso, se não quiser, paciência, não disputa a nada — disse, ao GLOBO.
Para Elmar, o presidente do partido, Luciano Bivar, seria um melhor nome do que Moro, por ser mais articulado.
O deputado chegou a ironizar, que, se fosse para se levar em conta as pesquisas, seria mais razoável escolher entre Lula e Bolsonaro, que lideram nas intenções de voto.
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