Política

AGU sugeriu barrar canal do PT por razão eleitoral

Ministério das Comunicações negou o pedido de concessão feito pelo partido do presidente

AGU sugeriu barrar canal do PT por razão eleitoral
AGU sugeriu barrar canal do PT por razão eleitoral
Fachada da Advocacia Geral da União. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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A Advocacia-Geral da União recomendou ao Ministério das Comunicações negar o pedido feito pelo Partido dos Trabalhadores para concessão de canais de rádio e televisão para “evitar desequilíbrios” eleitorais. A informação é do UOL.

Em julho de 2023, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu autorização para a concessão de canais de TV e rádios abertos. 

O pedido foi enviado ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, porém, a outorga caberia à Presidência da República. 

No entanto, no último dia 26 de janeiro, o pedido de concessão foi negado pela Pasta. 

A negativa se baseou em um parecer da AGU que citava decisões do Supremo Tribunal Federal contrárias à liberação e apontava que uma rede de comunicação própria do partido poderia desnivelar disputas eleitorais. 

“O propósito da proibição parece ser o de evitar um desequilíbrio nas disputas eleitorais ou ainda o de garantir mais pluralidade de visões políticas na programação das emissoras de rádio ou televisão. Esses dois objetivos restariam frustrados caso se permitisse o deferimento de outorga de radiodifusão a uma fundação vinculada a um partido político”, cita parecer da AGU contra liberação de canal para o PT, obtido pelo UOL. 

O documento ainda aponta que “o serviço [de comunicação] só pode ser executado por fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos”. 

“É expressamente vedado que a entidade prestadora do serviço de Radcom se subordine ou se sujeite à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações político partidários”, diz o texto.

A justificativa do PT ao apresentar o pedido é que a medida serviria para ampliar a prestação de contas à população e potencializar a formação e o incentivo à participação política dos brasileiros.

Após a negativa, o Ministério das Comunicações afirmou que “não houve nenhum tipo de pressão política” na decisão. 

“A decisão foi estritamente técnica, com base nos critérios da legislação vigente”, disse o ministério, por meio de nota.

Em entrevista à CNN Brasil, o secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto (PT), criticou a decisão e o ministro Juscelino Filho: “É o que dá colocar bolsonarista como diretor do Ministério das Comunicações”, afirmou. 

O PT deve recorrer da decisão. 

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