Política

Agnelo e Perillo são convocados pela CPI do Cachoeira; Cabral se livra

Petista e tucano foram vão depor sobre relações com Cachoeira e a Delta. Votos de PT, PMDB e PSDB salvaram Cabral

Agnelo e Perillo são convocados pela CPI do Cachoeira; Cabral se livra
Agnelo e Perillo são convocados pela CPI do Cachoeira; Cabral se livra
Parlamentares debatem durante reunião da CPI do Cachoeira nesta quarta-feira (30). Foto: Leonardo Prado / Agência Câmara
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Os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), vão ter de explicar suas ligações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para a CPI que investiga os negócios de Cachoeira com agentes públicos e privados. Os dois foram convocados nesta quarta-feira (30), mais de um mês depois da instalação da CPI, mas ainda não há data para ouvi-los. Quem se livrou da CPI foi o outro governador contra o qual há suspeitas. Graças a uma ação conjunta de PT, PMDB e PSDB, o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB) não precisará prestar depoimento por enquanto.

Durante a votação, o debate foi acirrado por conta de uma divisão entre os aliados de Perillo, que defendiam a votação em bloco dos três governadores, e os parlamentares governistas. Os últimos alegavam que o grau de envolvimento de Perillo com o suposto esquema criminoso é bem maior que o envolvimento de Agnelo e Cabral. Com isso, os líderes governistas exigiram a votação em separado dos nomes dos três governadores. “A comissão abre portas para a condenação, mas também pode abrir portas para as justificativas. Não podemos tratar coisas iguais como coisas diferentes”, disse Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado. “Não podemos tratar o diferente como igual. Quem faz isso aqui na CPMI está na tentativa de partidarizar o debate”, considerou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Perillo foi convocado com votação unânime. Na terça-feira (29), em aparição surpresa no Congresso, Perillo já havia informado à CPI que gostaria de prestar depoimento. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) questionou a necessidade de uma convocação diante da afirmação de Perillo, mas não conseguiu convencer os colegas. Assim, mesmo os parlamentares tucanos da CPI votaram pela convocação do governador de Goiás.

Já a convocação de Agnelo foi aprovada por 16 votos favoráveis e 12 votos contrários. Correligionários de Agnelo no PT e outros parlamentares governistas tentaram impedir a convocação do governo do DF, mas foram derrotados. Há especulações de que parlamentares do PMDB votaram pela convocação de Agnelo em represália à quebra de sigilo da construtora Delta em âmbito nacional. A Delta, de Fernando Cavendish, amigo de Sérgio Cabral, é acusada de fazer parte do esquema criminoso de Cachoeira e de ter sido favorecida em contas de diversos governos.

PSDB ajudou Cabral

A escapada de Sergio Cabral foi mais surpreendente. Como deixou claro o deputado Cândido Vaccarezza em mensagem via celular tornada pública (), o PT votaria contra sua convocação em aliança com o PMDB, partido de Cabral. O fator inesperado foi a parceria de parlamentares do PSDB com petistas e peemedebistas para livrar o governador do Rio de Janeiro. O resultado foi uma votação de 17 a 11 contra seu comparecimento à CPI.

CPMI quebra sigilos de Demóstenes Torres

A CPI do Cachoeira aprovou também nesta quarta-feira, por unanimidade, a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Além desses sigilos, que são previstos pela Constituição Federal, a comissão também aprovou a abertura dos sigilos das mensagens de e-mail e via telefone, do senador, nos últimos dez anos.

Demóstenes é investigado pelo seu envolvimento com Cachoeira. Na terça-feira (29), em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, Demóstenes confirmou sua ligação com Cachoeira, mas negou ter recebido dinheiro do empresário e disse não ter ciência do envolvimento de Cachoeira com atividades ilícitas. O depoimento de Demóstenes na CPMI está previsto para quinta-feira, mas seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, informou que apresentará um pedido para que ele possa não compareça.

Com informações da Agência Brasil

Os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), vão ter de explicar suas ligações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para a CPI que investiga os negócios de Cachoeira com agentes públicos e privados. Os dois foram convocados nesta quarta-feira (30), mais de um mês depois da instalação da CPI, mas ainda não há data para ouvi-los. Quem se livrou da CPI foi o outro governador contra o qual há suspeitas. Graças a uma ação conjunta de PT, PMDB e PSDB, o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB) não precisará prestar depoimento por enquanto.

Durante a votação, o debate foi acirrado por conta de uma divisão entre os aliados de Perillo, que defendiam a votação em bloco dos três governadores, e os parlamentares governistas. Os últimos alegavam que o grau de envolvimento de Perillo com o suposto esquema criminoso é bem maior que o envolvimento de Agnelo e Cabral. Com isso, os líderes governistas exigiram a votação em separado dos nomes dos três governadores. “A comissão abre portas para a condenação, mas também pode abrir portas para as justificativas. Não podemos tratar coisas iguais como coisas diferentes”, disse Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado. “Não podemos tratar o diferente como igual. Quem faz isso aqui na CPMI está na tentativa de partidarizar o debate”, considerou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Perillo foi convocado com votação unânime. Na terça-feira (29), em aparição surpresa no Congresso, Perillo já havia informado à CPI que gostaria de prestar depoimento. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) questionou a necessidade de uma convocação diante da afirmação de Perillo, mas não conseguiu convencer os colegas. Assim, mesmo os parlamentares tucanos da CPI votaram pela convocação do governador de Goiás.

Já a convocação de Agnelo foi aprovada por 16 votos favoráveis e 12 votos contrários. Correligionários de Agnelo no PT e outros parlamentares governistas tentaram impedir a convocação do governo do DF, mas foram derrotados. Há especulações de que parlamentares do PMDB votaram pela convocação de Agnelo em represália à quebra de sigilo da construtora Delta em âmbito nacional. A Delta, de Fernando Cavendish, amigo de Sérgio Cabral, é acusada de fazer parte do esquema criminoso de Cachoeira e de ter sido favorecida em contas de diversos governos.

PSDB ajudou Cabral

A escapada de Sergio Cabral foi mais surpreendente. Como deixou claro o deputado Cândido Vaccarezza em mensagem via celular tornada pública (), o PT votaria contra sua convocação em aliança com o PMDB, partido de Cabral. O fator inesperado foi a parceria de parlamentares do PSDB com petistas e peemedebistas para livrar o governador do Rio de Janeiro. O resultado foi uma votação de 17 a 11 contra seu comparecimento à CPI.

CPMI quebra sigilos de Demóstenes Torres

A CPI do Cachoeira aprovou também nesta quarta-feira, por unanimidade, a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Além desses sigilos, que são previstos pela Constituição Federal, a comissão também aprovou a abertura dos sigilos das mensagens de e-mail e via telefone, do senador, nos últimos dez anos.

Demóstenes é investigado pelo seu envolvimento com Cachoeira. Na terça-feira (29), em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, Demóstenes confirmou sua ligação com Cachoeira, mas negou ter recebido dinheiro do empresário e disse não ter ciência do envolvimento de Cachoeira com atividades ilícitas. O depoimento de Demóstenes na CPMI está previsto para quinta-feira, mas seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, informou que apresentará um pedido para que ele possa não compareça.

Com informações da Agência Brasil

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