O deputado federal Aécio Neves (PSDB) se tornou réu por corrupção passiva e tentativa de obstrução judicial das investigações da Lava Jato. Esse foi o entendimento da Justiça Federal de São Paulo, que determinou a intimação de Aécio e os outros réus envolvidos no caso.
O caso envolve as delações de Joesley Batista, do Grupo J&F, que afirmou ter pago propina no valor de 2 milhões de reais ao deputado e seus familiares em troca de favores políticos.
Para o MPF, enquanto exercia o mandato de senador, Aécio Neves teria solicitado a Joesley Batista e ao grupo J&F vantagens indevidas sob a promessa de favorecimento em um futuro governo presidencial. Segundo a denúncia, a promessa envolveria também influência junto ao governo de Minas Gerais para viabilizar a restituição de créditos fiscais de ICMS em favor das empresas do grupo J&F.
Parte dos recursos, diz a denúncia, teria sido direcionada ao PSDB por meio de doações oficiais, simulação de prestação de serviços, emissão de notas fiscais fraudulentas e entregas de valores em espécie. Parte também teria sido utilizada para a compra de apoio de partidos políticos.
Em maio a justiça já havia determinado o bloqueio imediato de até 128 milhões de reais do ex-senador. Além disso, o juiz federal João Batista Gonçalves também atendeu ao pedido feito pelo Ministério Público Federal e determinou o bloqueio de cerca de 226 milhões em ativos financeiros de outros 15 investigados e de cinco empresas.
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