Economia

Advogado protocola pedido de impeachment de Ibaneis pelo caso Master

Cabe à presidência da Câmara Legislativa decidir se aceita a solicitação para abrir o processo

Advogado protocola pedido de impeachment de Ibaneis pelo caso Master
Advogado protocola pedido de impeachment de Ibaneis pelo caso Master
Ibaneis Rocha (MDB) e Celina Leão (PP) - Renato Alves/Agência Brasília
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O advogado Marco Vicenzo pediu à Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quarta-feira 19, o impeachment do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da vice Celina Leão (PP) por suposto crime de responsabilidade na tentativa de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília. Cabe à presidência da Casa decidir se aceita a solicitação para abrir o processo.

Ibaneis foi o principal fiador da compra do Master e, diante das críticas, chegou a acusar a oposição de atrapalhar os negócios por motivos políticos. O conselho de administração do BRB deu sinal verde à operação em março, mas o Banco Central barrou a transação.

Na última terça-feira 18, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Master. A Justiça Federal do DF também afastou do cargo o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Júnior.

Os investigadores detectaram indícios de que o Master vendeu 12,2 bilhões de reais em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao BC para tentar justificar o negócio.

Ao pedir o impeachment de Ibaneis, Vicenzo afirmou que a tentativa de aquisição ultrapassou “a esfera de qualquer suposto erro gerencial ou de um negócio malsucedido”.

Segundo o advogado, o que se viu foi uma operação “direcionada para promover a transferência de responsabilidades privadas à conta do patrimônio público, violando princípios basilares da administração pública”.

Vicenzo pede o afastamento imediato de Ibaneis e Celina sob o argumento de que a permanência deles nos cargos pode interferir no andamento das investigações. A acusação sustenta que a dupla cometeu crime de responsabilidade ao “atentar contra a moralidade, agir com dolo administrativo e expor recursos públicos a riscos bilionários”.

A análise inicial da representação cabe ao deputado distrital Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara. Caso ele receba a denúncia, o caso chegará à Comissão de Constituição e Justiça para avaliação de admissibilidade, etapa que pode resultar na abertura de um processo de impeachment.

Em outra frente, parlamentares do PT, do PSOL e do PSB reuniram sete das oito assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso.

CartaCapital procurou o Palácio do Buriti e aguarda resposta. Na terça-feira, o governo do Distrito Federal reiterou em nota seu “compromisso com a legalidade, a transparência e a plena colaboração” com a investigação da PF e disse que adotará “medidas internas adicionais” para “reforçar os mecanismos de governança, compliance e controle interno”.

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