Política

Advogada de Flávio admite possível ‘impropriedade’ por reunião com Jair Bolsonaro e general Heleno

Juliana Bierrenbach afirmou que a justificativa para o encontro pode ser ‘questionável’

Advogada de Flávio admite possível ‘impropriedade’ por reunião com Jair Bolsonaro e general Heleno
Advogada de Flávio admite possível ‘impropriedade’ por reunião com Jair Bolsonaro e general Heleno
O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A advogada Juliana Bierrenbach, ex-integrante da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL) admitiu que pode ter havido alguma “impropriedade” na reunião que ela participou ao lado da também advogada Luciana Pires; do então presidente Jair Bolsonaro (PL); de seu ministro Augusto Heleno, do GSI; e de Alexandre Ramagem, então chefe da Abin. 

Áudios gravados por Ramagem indicam que os participantes do encontro, que aconteceu em 2020, discutiram estratégias de defesa para o filho do ex-presidente, envolvido no cometimento de “rachadinhas”. 

“Existiu uma impropriedade em relação ao GSI? Pode ser que tenha existido”, afirmou Bierrenbach em entrevista ao ICL Notícias, ao falar da reunião.

A advogada afirmou que foi à sede do GSI naquele dia para despachar uma petição com o general Heleno. No jargão jurídico, o termo “despachar” é usado para se referir a uma conversa entre as partes e a autoridade envolvida, para reforçar os pedidos feitos. É uma praxe usada para sanar eventuais dúvidas com relação à petição. 

“Hoje eu entendo que é absolutamente questionável essa fundamentação”, reconheceu. 

A reunião aconteceu em 25 de agosto de 2020, no Palácio do Planalto – o GSI funciona dentro do palácio. 

O áudio foi gravado pelo chefe da Abin e obtido pela Polícia Federal no âmbito da investigação que apura o esquema que ficou conhecido como “Abin paralela”. 

No encontro, o então presidente expressou a preocupação com a investigação envolvendo o filho Flávio e se dispôs a conversar com agentes públicos para intervir no caso. 

“A quem interessa pra gente resolver esse assunto?”, perguntou Bolsonaro. Ele então foi aconselhado por Ramagem e Heleno, que indicam possíveis nomes que poderiam ajudar, mas alertam para deixar a operação “fechadíssima”, só entre “gente de confiança”. 

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