Acusado de matar Marielle usava foto de Bolsonaro no WhatsApp

A Polícia apreendeu o sistema de comunicação do condomínio onde Ronnie Lessa morava para tentar esclarecer a entrada de Élcio

Presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

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Investigadores que atuam no inquérito sobre o assassinato de Marielle Franco detalharam dados sobre um dos telefones que concluíram ser de Ronnie Lessa, o ex-policial acusado de executar a vereadora. Segundo a investigação, o perfil de Lessa no WhatsApp exibia uma foto do presidente Jair Bolsonaro.

Na imagem, Bolsonaro aparece entre duas bandeiras de Israel. A fotografia do presidente usada por Ronnie Lessa e é facilmente encontrada na internet. As informações são do blog Painel da Folha de S. Paulo.

Na quinta-feira 7, a Polícia apreendeu o sistema de comunicação da portaria do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), onde Ronnie Lessa morava e foi preso em março passado. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu filho Carlos Bolsonaro também tem casas nesse condomínio.

 

A ação pretende esclarecer a entrada de Élcio Queiroz, no condomínio, outro acusado de participar do duplo assassinato de Marielle e seu motorista Anderson Gomes. Em depoimento, um porteiro do condomínio chegou a afirmar que ao entrar no Vivendas na tarde daquele dia 14 de março de 2018, Élcio teria informado que iria à casa 58 – onde morava Bolsonaro.

Em depoimento, o porteiro afirmou que teria conversado com alguém no imóvel do presidente, naquela ocasião. Segundo ele, “seu Jair” liberou a entrada de Élcio. O conteúdo foi divulgado pelo Jornal Nacional na semana passada. No dia, no entanto, Bolsonaro estava em Brasília cumprindo agenda na Câmara.


Promotores do MPF que acompanharam o caso afirmaram em coletiva que foi Ronnie Lessa quem autorizou a entrada de Élcio no Condomínio. Segundo a promotora Simone Sibilio, o porteiro teria mentido ao afirmar que “Seu Jair” autorizou a entrada de Élcio de Queiroz para a casa registrada com o nome do presidente.

As promotoras afirmaram que ainda devem apurar o porquê do porteiro ter prestado o depoimento falso em duas ocasiões. Também não há explicações sobre a anotação no caderno ao qual o Jornal Nacional faz referência e que consta a anotação da casa 58, que pertence a Bolsonaro.

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