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‘Abominável’: Lula critica visto ‘masculino’ dos Estados Unidos para Erika Hilton

O presidente defendeu cobrar o governo de Donald Trump, por meio do Ministério das Relações Exteriores

‘Abominável’: Lula critica visto ‘masculino’ dos Estados Unidos para Erika Hilton
‘Abominável’: Lula critica visto ‘masculino’ dos Estados Unidos para Erika Hilton
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), parlamentares aliados e representantes do Movimento Vida Além do Trabalho, após protocolarem a PEC contra a Escala 6x1 . Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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O presidente Lula (PT) afirmou que o governo federal deve cobrar os Estados Unidos devido à emissão de um visto para a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) com identificação de gênero masculino.

“Erika, o que aconteceu com você, na minha opinião, é abominável”, disse Lula à parlamentar, em uma reunião nesta quinta-feira 24. “Tem que ter uma nota mostrando a inconformidade do Brasil com a ingerência de uma embaixada no passaporte de uma brasileira.”

Lula declarou que levará a demanda ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. “Defender isso [a declaração de gênero de Erika] é defender a soberania brasileira. É o mínimo que a gente espera.”

O chanceler se reuniu nesta semana com a deputada, que se mostrou insatisfeita com a reação do Itamaraty. Vieira, por sua vez, chegou a dizer, em entrevista à CNN Brasil, que a mudança “é uma decisão soberana dos Estados Unidos e é a aplicação da lei americana”.

Erika Hilton afirmou ser vítima direta da política transfóbica do governo de Donald Trump, que mudou o entendimento de gênero no país assim que assumiu, em janeiro, provocando a alteração de milhares de documentos internos.

A emissão do documento da deputada visava à participação dela na Brazil Conference at Harvard & MIT 2025. Ela deveria palestrar em 12 de abril no painel “Diversidade e Democracia”, ao lado de outras autoridades, mas decidiu não viajar.

“É muito grave o que os Estados Unidos têm feito com as pessoas trans que vivem naquele país e quem lá ingressa”, criticou. “É uma política higienista e desumana que, além de atingir as pessoas trans, desrespeita a soberania do governo brasileiro em emitir documentos que devem ser respeitados pela comunidade internacional.”

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