Política
Abin foi usada para monitorar promotora responsável pelo caso Marielle Franco
Segundo Alexandre de Moraes, do STF, ‘ficou patente a instrumentalização’ da agência no caso
A Polícia Federal indicou que a Agência Brasileira de Inteligência foi utilizada para monitorar uma promotora de Justiça responsável pela investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018.
O alerta da PF consta da decisão em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a operação desta quinta-feira 25 contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin.
“Ficou patente a instrumentalização da Abin, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES”, diz um trecho do despacho de Moraes.
Segundo a decisão, a Controladoria-Geral da União identificou um resumo do currículo da promotora, um documento que “tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos relatórios apócrifos da estrutura paralela”.
Agentes da PF foram às ruas nesta quinta na Operação Vigilância Aproximada, com o objetivo de investigar uma organização criminosa instalada na Abin. O suposto esquema ilegal serviria para monitorar autoridades e desafetos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), por meio de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis – sem autorização judicial.
Ramagem, ex-delegado da PF, chefiou a Abin de julho de 2019 a abril de 2022, quando deixou o cargo para se candidatar a deputado. Durante esse período de quase três anos, o bolsonarista esteve subordinado ao general da reserva do Exército Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional e, portanto, chefe da agência à época. Hoje, a Abin está sob o guarda-chuva da Casa Civil.
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