Política
Abertura de impeachment de Pimentel revela incômodo do MDB com Dilma
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Possível candidatura da ex-presidenta ao Senado tem gerado insatisfação do emedebista Adalclever Lopes, que aceitou o pedido contra o governador
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Ao aceitar, na quinta-feira 26, um pedido de impeachment contra o governador mineiro Fernando Pimentel (PT), Adalclever Lopes, do MDB, supreendeu os deputados da base. Aliado do governo nos últimos anos, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais tomou a decisão em meio a uma controvérsia nos bastidores sobre a candidatura da ex-presidenta Dilma Rousseff ao Senado.
Segundo eles, Adalclever está insatisfeito com a falta de negociação e teme que uma candidatura de Dilma mine suas chances na disputa ao Senado.
O PSDB ainda não decidiu quem será o candidato, que não deve mesmo ser Aécio Neves.
A justificativa formal para o impeachment é o atraso no repasse dos chamados duodécimos orçamentários, recursos enviados mensalmente pelo Executivo aos outros poderes do estado. Há uma insatisfação de servidores e deputados com atrasos de salários, mas o incômodo do MDB diante da candidatura de Dilma é levantada como hipótese mais provável. Procurado, o presidente da Assembleia preferiu não se manifestar.
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A leitura do pedido de impeachment não foi feita por Adalclever, que estava ausente, mas pelo primeiro-vice-presidente da Casa, o deputado Lafayette Andrada (PRB). Na próxima quinta-feira, 3 de maio, a mesa diretora da Assembleia se reunirá para analisar o pedido e emitir um parecer, que pode ser favorável ou contrário ao impeachment.
Rogério Correia, deputado estadual pelo PT e primeiro-secretário da Assembleia, afirma que a leitura do requerimento de abertura do impeachment foi apenas protocolar. “O procedimento será todo visto a partir dessa reunião, inclusive se há ou não necessidade de criação de comissão especial e abertura do processo de impeachment”, afirma. “Não há nada que justifique a abertura”.
A decisão de mudar o título da ex-presidenta do Rio Grande do Sul para Minas Gerais não foi baseada apenas no fato de ela ter nascido em Belo Horizonte e iniciado ali sua militância política, mas também pelas pesquisas encomendadas por dirigentes de vários estados.
Em Minas, segundo uma liderança do partido, ela teria mais chance de vencer a disputa em comparação a outros estados que também a sondaram, como Piauí e Ceará.
Segundo interlocutores, pesquisa do partido em Minas mostrou que a ex-presidente tinha cerca de 30% das intenções de voto, índice que convenceu Lula da viabilidade da candidatura de Dilma. Ela, por sua vez, não tinha pretensões de concorrer a um cargo público, mas encarou o pedido de seu padrinho político como “uma missão” diante do cenário atual do partido.
Outro fator importante considerado por Lula é a chance de que a candidatura de Dilma ajude a alavancar as intenções de votos do governador Fernando Pimentel. Ele disputa sua reeleição, e estaria tecnicamente empatado com seu rival tucano, o ex-governador Antonio Anastasia. As conversas entre o triângulo Pimentel-Dilma-Lula começaram e foram concluídas em abril, às vésperas da prisão do ex-presidente.
Ainda que esteja com o título mineiro nas mãos, Dilma ainda não se estabeleceu em Belo Horizonte por conta das viagens internacionais. Ela cumpre uma agenda de defesa dos interesses do partido e de denúncia à prisão de Lula fora do País. Na segunda-feira 30, a ex-presidenta deve ir à Argentina participar de um evento em Bueno Aires. Na mesma semana, está prevista uma viagem para a Inglaterra.
A bancada de deputados federais e estaduais do MDB divide-se em relação ao PT no estado. Os representantes do estado na Câmara dos Deputados votaram contra Dilma no processo de impeachment da ex-presidente. Já os parlamentares da Assembleia de Minas pertencem, ao menos por ora, à base de governo de Pimentel.
Recentemente, o vice-governador Antônio Andrade, também do MDB, tem feito declarações críticas ao governo de Pimentel e já sinalizou que pode encabeçar uma candidatura própria ao Palácio da Liberdade. Ele está alinhado com a bancada federal que votou pelo impeachment de Dilma.
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