Política

A ‘tese do novo’ vence a eleição. Ganhe quem ganhar

Campanhas em SP e Campinas fortalecem a opção por novatos no PT, que pode eleger amanhã até 15 prefeitos em 22 cidades

O candidato do PT em SP, Fernando Haddad. Foto: Divulgação
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A militância petista costuma dizer que o partido é “bom de chegada”. O desempenho da legenda no segundo turno das eleições municipais deste ano parece corroborar a tese: candidatos do PT podem ganhar em 15 das 22 cidades nas quais disputam o segundo turno, de acordo com pesquisas eleitorais de diversos institutos.

No universo das 50 cidades que irão às urnas no próximo fim de semana, o PSDB aparece atrás do PT e deve ser o segundo maior vencedor, com oito prefeituras. Entre elas, se as pesquisas não estiverem erradas como no primeiro turno, duas capitais parecem mais certas: Teresina, com Firmino Filho, e Manaus, com Artur Virgílio. Os dois partidos devem concentrar mais ainda seu poder. Enquanto isso, legendas menores, como PDT, PTB e PR, tendem a encolher.

Neste ano, o PT registrou crescimento expressivo no fim do primeiro turno em São Paulo, Campinas, Fortaleza e Salvador. Prova que o julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal teve pouco ou nenhum efeito na escolha do eleitorado, ao contrário do que esperava a oposição.

Na capital paulista, Fernando Haddad (PT) começou a campanha com 3% dos votos e só teve a confirmação da sua ida ao segundo turno no momento da apuração. Agora, tudo indica, caminha para uma folgada vitória no domingo 28. Nas duas pesquisas divulgadas na quarta-feira 24, o petista mantém-se bem à frente do tucano José Serra. No Datafolha, tem 60% dos votos válidos contra 40% de Serra. No Ibope, a diferença é de 57% a 43%.

Em Campinas, outro “poste” de Lula, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Marcio Pochmann (PT), saiu de 1% e chegou ao segundo turno, contra o favorito Jonas Donizette (PSB) que superava 42% em julho. Segundo a última pesquisa do Ibope, Pochmann tem 37% das intenções de voto contra 45% de Donizette.

Mesmo sem ganhar a prefeitura, o resultado será uma vitória para o PT. O partido teve seu nome envolvido no recente escândalo de corrupção em Campinas que derrubou, entre outros, Demétrio Vilagra (PT), vice-prefeito que chegou a assumir o município após a queda de Dr. Hélio (PDT).

A eleição da maior cidade do interior paulista virou vitrine para diversos políticos de olho nas eleições. A presidenta Dilma Rousseff, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fizeram campanha na cidade. Dilma com Pochmann. Aécio e Campos com Donizette. Geraldo Alckmin também participou intensamente. Um dos principais temas da campanha foi a possível cobrança do pedágio proporcional pelo governo estadual.

Com os desempenhos de Haddad e Pochmann, a tese de que o PT deve investir em novos candidatos fica mais forte dentro do partido e deve ter efeito na eleição ao governo paulista em 2014. Políticos derrotados em eleições passadas, entre eles, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o da Educação, Aloizio Mercadante, perdem força. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, sobem na bolsa de apostas.

O PT pode ainda se recuperar do desempenho ruim obtido no Nordeste no primeiro turno, quando não conseguiu nenhuma vitória expressiva. O maior município conquistado em 7 de outubro foi Camaçari (BA), com 146 mil eleitores. Nada que compensasse a expressiva derrota no Recife.

O jogo parece ter mudado. O petista Luciano Cartaxo aparece na frente com 66% das intenções de voto em João Pessoa (PB), segundo a última pesquisa Vox Populi. Seu adversário, Cícero Lucena (PSDB), tem 24%.

Há chances de vitória em Salvador e Fortaleza, onde ainda é impossível apontar vencedores. O último levantamento Datafolha em Fortaleza mostra os dois candidatos empatados tecnicamente. Elmano de Freitas (PT) tem 42% dos votos, contra 41% de Roberto Cláudio (PSB). A diferença diminuiu quatro pontos porcentuais desde a pesquisa anterior, quando Elmano aparecia cinco pontos à frente.

Na capital baiana, Nelson Pelegrino aparece empatado no limite da margem de erro na mais recente pesquisa Vox Populi. O petista tem 44% contra 40% de ACM Neto (DEM), único candidato do ex-PFL com chance de ganhar uma prefeitura no segundo turno. O Ibope dá um resultado totalmente distinto: ACM Neto lidera com 47% contra 39% de Pelegrino.

Se as pesquisas se confirmarem, a derrota mais emblemática da base aliada vai ocorrer em Manaus. O governo federal teceu a candidatura de Vanessa Grazziotin (PCdoB) para tentar enterrar a carreira do ex-senador tucano Artur Virgílio, líder oposicionista durante os oito anos de governo Lula. Nem a presença no palanque de ex-presidente, no primeiro turno, e de Dilma, no segundo turno, parecem ter causado efeito positivo. Segundo o último levantamento do Ibope, o tucano tem 68% dos votos válidos.

Em Curitiba, o pedetista Gustavo Fruet, ex-algoz e hoje aliado do PT, deve ser vitorioso. Levantamento do Datafolha da quarta 24 mostrou Fruet com 52% e Ratinho com 36% dos votos.  O pedetista foi ao segundo turno em segundo lugar, contrariando as pesquisas eleitorais, inclusive as de boca de urna. Na disputa por uma das vagas no segundo turno, Fruet derrotou o atual prefeito Luciano Ducci (PSB) pela estreita margem de 0,45 pontos porcentuais.

Apesar de ainda controlar a maior parte das grandes cidades, o PT vai diminuir sua presença nos municípios com mais de 150 mil eleitores. O partido atualmente governa 34 cidades. Deve ter 28 a partir de 2013. O PSDB comanda 14 e pode chegar a 25. O PMDB deve se manter quase estável, de 19 para 18. Neste grupo, o maior derrotado deve ser o PDT, que, atualmente, controla 15 cidades e agora não deve passar de seis.

A militância petista costuma dizer que o partido é “bom de chegada”. O desempenho da legenda no segundo turno das eleições municipais deste ano parece corroborar a tese: candidatos do PT podem ganhar em 15 das 22 cidades nas quais disputam o segundo turno, de acordo com pesquisas eleitorais de diversos institutos.

No universo das 50 cidades que irão às urnas no próximo fim de semana, o PSDB aparece atrás do PT e deve ser o segundo maior vencedor, com oito prefeituras. Entre elas, se as pesquisas não estiverem erradas como no primeiro turno, duas capitais parecem mais certas: Teresina, com Firmino Filho, e Manaus, com Artur Virgílio. Os dois partidos devem concentrar mais ainda seu poder. Enquanto isso, legendas menores, como PDT, PTB e PR, tendem a encolher.

Neste ano, o PT registrou crescimento expressivo no fim do primeiro turno em São Paulo, Campinas, Fortaleza e Salvador. Prova que o julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal teve pouco ou nenhum efeito na escolha do eleitorado, ao contrário do que esperava a oposição.

Na capital paulista, Fernando Haddad (PT) começou a campanha com 3% dos votos e só teve a confirmação da sua ida ao segundo turno no momento da apuração. Agora, tudo indica, caminha para uma folgada vitória no domingo 28. Nas duas pesquisas divulgadas na quarta-feira 24, o petista mantém-se bem à frente do tucano José Serra. No Datafolha, tem 60% dos votos válidos contra 40% de Serra. No Ibope, a diferença é de 57% a 43%.

Em Campinas, outro “poste” de Lula, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Marcio Pochmann (PT), saiu de 1% e chegou ao segundo turno, contra o favorito Jonas Donizette (PSB) que superava 42% em julho. Segundo a última pesquisa do Ibope, Pochmann tem 37% das intenções de voto contra 45% de Donizette.

Mesmo sem ganhar a prefeitura, o resultado será uma vitória para o PT. O partido teve seu nome envolvido no recente escândalo de corrupção em Campinas que derrubou, entre outros, Demétrio Vilagra (PT), vice-prefeito que chegou a assumir o município após a queda de Dr. Hélio (PDT).

A eleição da maior cidade do interior paulista virou vitrine para diversos políticos de olho nas eleições. A presidenta Dilma Rousseff, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fizeram campanha na cidade. Dilma com Pochmann. Aécio e Campos com Donizette. Geraldo Alckmin também participou intensamente. Um dos principais temas da campanha foi a possível cobrança do pedágio proporcional pelo governo estadual.

Com os desempenhos de Haddad e Pochmann, a tese de que o PT deve investir em novos candidatos fica mais forte dentro do partido e deve ter efeito na eleição ao governo paulista em 2014. Políticos derrotados em eleições passadas, entre eles, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o da Educação, Aloizio Mercadante, perdem força. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, sobem na bolsa de apostas.

O PT pode ainda se recuperar do desempenho ruim obtido no Nordeste no primeiro turno, quando não conseguiu nenhuma vitória expressiva. O maior município conquistado em 7 de outubro foi Camaçari (BA), com 146 mil eleitores. Nada que compensasse a expressiva derrota no Recife.

O jogo parece ter mudado. O petista Luciano Cartaxo aparece na frente com 66% das intenções de voto em João Pessoa (PB), segundo a última pesquisa Vox Populi. Seu adversário, Cícero Lucena (PSDB), tem 24%.

Há chances de vitória em Salvador e Fortaleza, onde ainda é impossível apontar vencedores. O último levantamento Datafolha em Fortaleza mostra os dois candidatos empatados tecnicamente. Elmano de Freitas (PT) tem 42% dos votos, contra 41% de Roberto Cláudio (PSB). A diferença diminuiu quatro pontos porcentuais desde a pesquisa anterior, quando Elmano aparecia cinco pontos à frente.

Na capital baiana, Nelson Pelegrino aparece empatado no limite da margem de erro na mais recente pesquisa Vox Populi. O petista tem 44% contra 40% de ACM Neto (DEM), único candidato do ex-PFL com chance de ganhar uma prefeitura no segundo turno. O Ibope dá um resultado totalmente distinto: ACM Neto lidera com 47% contra 39% de Pelegrino.

Se as pesquisas se confirmarem, a derrota mais emblemática da base aliada vai ocorrer em Manaus. O governo federal teceu a candidatura de Vanessa Grazziotin (PCdoB) para tentar enterrar a carreira do ex-senador tucano Artur Virgílio, líder oposicionista durante os oito anos de governo Lula. Nem a presença no palanque de ex-presidente, no primeiro turno, e de Dilma, no segundo turno, parecem ter causado efeito positivo. Segundo o último levantamento do Ibope, o tucano tem 68% dos votos válidos.

Em Curitiba, o pedetista Gustavo Fruet, ex-algoz e hoje aliado do PT, deve ser vitorioso. Levantamento do Datafolha da quarta 24 mostrou Fruet com 52% e Ratinho com 36% dos votos.  O pedetista foi ao segundo turno em segundo lugar, contrariando as pesquisas eleitorais, inclusive as de boca de urna. Na disputa por uma das vagas no segundo turno, Fruet derrotou o atual prefeito Luciano Ducci (PSB) pela estreita margem de 0,45 pontos porcentuais.

Apesar de ainda controlar a maior parte das grandes cidades, o PT vai diminuir sua presença nos municípios com mais de 150 mil eleitores. O partido atualmente governa 34 cidades. Deve ter 28 a partir de 2013. O PSDB comanda 14 e pode chegar a 25. O PMDB deve se manter quase estável, de 19 para 18. Neste grupo, o maior derrotado deve ser o PDT, que, atualmente, controla 15 cidades e agora não deve passar de seis.

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