Política
A saída de Celso Sabino do governo Lula após ultimato do União Brasil
O chefe do Turismo era uma voz quase solitária em seu partido na defesa do governo e passou os últimos dias tentando um acordo para permanecer no cargo


O ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), comunicou ao presidente Lula (PT) que pedirá demissão após o União Brasil determinar a entrega dos cargos no governo. Os dois se reuniram no Palácio da Alvorada nesta sexta-feira 19.
No encontro, segundo relatos de auxiliares, Sabino ressaltou que a saída resulta de decisão partidária e informou que entregará sua carta de demissão apenas na semana que vem, quando o presidente retornar de Nova York. O ministro pediu para ainda cumprir algumas agendas que considera importantes.
Com a decisão, Sabino retornará à Câmara para exercer o mandato de deputado federal pelo Pará.
A ordem para sair do governo consta de uma resolução editada pela Executiva Nacional do União Brasil na quinta-feira 18. Filiados que não atenderem à normativa serão expulsos por infidelidade partidária, segundo o documento. A decisão considera indicações em “autarquias, fundações e empresas públicas, e sociedades de economia mista”, além dos ministérios.
Celso Sabino era uma voz quase solitária em seu partido na defesa do governo Lula e passou os últimos dias tentando um acordo para permanecer na gestão, sem sucesso. Cogitou-se a migração para o MDB, já que Sabino deseja concorrer ao Senado em 2026 com o apoio do presidente, mas as conversas não avançaram. Após o encontro com Lula, ele se encontrou com integrantes da cúpula do União para comunicar a decisão.
A antecipação do desembarque do União ocorre após a publicação de reportagens que tratam de uma suposta relação de Rueda com investigados na Operação Carbono Oculto, a mirar um grupo criminoso que usava fintechs para lavar dinheiro da facção criminosa PCC.
Em nota na qual anunciou a portaria, a cúpula do União manifestou “irrestrita solidariedade” ao dirigente pelo que chamou de “notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem” de Rueda.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

União Brasil acusa governo Lula de vazar investigação contra Rueda; Gleisi responde
Por CartaCapital
Mais forte nas pesquisas, Lula enfrenta o velho truque das pautas-bomba
Por Josué Medeiros