Política
A resposta do governo Lula a Cláudio Castro sobre megaoperação no Rio
Ação contra o Comando Vermelho deixou mais de 60 mortos nesta terça-feira 28
O Ministério da Justiça, chefiado por Ricardo Lewandowski, contestou declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a megaoperação policial contra o Comando Vermelho nesta terça-feira 28.
Pelo menos 64 pessoas morreram – incluindo quatro policiais – e 81 foram presas. Trata-se da operação mais letal da história do estado.
Castro afirmou que o governo federal negou ajuda para operações e que o Rio estava “sozinho” na ação realizada nesta terça nos complexos do Alemão e da Penha.
“Tivemos pedidos negados três vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, alegou o governador. Ele, porém, não solicitou formalmente ao presidente Lula (PT) um decreto de Garantia da Lei e da Ordem.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos” do governo fluminense para o emprego da Força Nacional, em apoio aos órgãos de segurança estaduais. “Desde 2023, foram 11 solicitações de renovação da FNSP no território fluminense. Todas acatadas.”
Segundo o governo federal, a Polícia Federal realizou neste ano 178 operações no estado do Rio, 24 delas relacionadas a tráfico de drogas e de armas. No período, além de 210 prisões — 60 ligadas a investigações sobre o tráfico —, houve a apreensão de 10 toneladas de drogas e de 190 armas de fogo.
A pasta de Lewandowski menciona também o direcionamento, via Fundo Nacional de Segurança Pública, de quase 288 milhões de reais ao Rio de Janeiro desde 2019 — com rendimentos, o montante chega a 331 milhões. “Desse total, pouco mais de 157 milhões de reais foram executados até o momento, deixando um saldo superior a 174 milhões disponíveis.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



