Política

A reação de Hugo Motta à operação da PF contra deputados do PL

Segundo o presidente da Câmara, o Judiciário ‘cumpre o seu papel’ na investigação

A reação de Hugo Motta à operação da PF contra deputados do PL
A reação de Hugo Motta à operação da PF contra deputados do PL
Promulgação da Emenda Constitucional nº 138 de 2025. Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS - PB). Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira 19 que o Supremo Tribunal Federal “cumpre seu papel” ao analisar e aprofundar apurações sobre suspeitas de que “algum parlamentar não agiu corretamente”. As declarações foram proferidas em um café da manhã com jornalistas, no qual fez um balanço do seu primeiro ano de gestão.

Mais cedo, a Polícia Federal deflagrou uma operação, autorizada pelo STF, contra os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, ambos do PL do Rio de Janeiro. A batida mira um suposto esquema de desvio de recursos de cotas parlamentares. Motta disse ainda ter sido comunicado sobre a ação policial pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

“Claro que, quando a gente tem um colega que é alvo de qualquer ação do Judiciário, seja ela qual for, nós não ficamos felizes com isso. Ninguém fica feliz com isso. Mas o Poder Judiciário está cumprindo o seu papel, e nós não vamos estar aqui defendendo aquilo que não se pode defender”, declarou Motta.

O paraibano evitou fazer o que chamou de “pré-julgamentos”, mas garantiu que a Casa não protegerá deputados com condutas irregulares nem terá “compromisso com quem não trabalha correto”. “Essas questões envolvendo investigações de parlamentares: eu não faço pré-julgamento antecipado sobre nenhum assunto. O Supremo está no seu papel de investigar. Nós temos os órgãos que auxiliam o Supremo e estão ali para poder acompanhar todas as investigações.”

Ao longo do encontro com a imprensa, Motta afirmou respeitar o trabalho do STF, mas destacou que a Câmara monitora eventuais “excessos” na atuação do tribunal. “Respeitamos o papel do Supremo e não temos compromisso com quem não trabalha correto. E vamos sempre acompanhar, pela Presidência da Câmara, para que exageros não sejam cometidos”.

Na decisão que autorizou a operação, o ministro Flávio Dino citou elementos encontrados pela PF de que uma empresa de locação de carros contratada pelos deputados do PL e paga por meio da cota parlamentar continuou a receber dinheiro mesmo depois de ser dissolvida irregularmente.

A cota parlamentar é um valor mensal que o parlamentar recebe para custear despesas do exercício do mandato, como aluguel de escritório no estado, passagens aéreas e aluguel de carro, entre outras. Os agentes encontraram 400 mil reais em dinheiro vivo em um endereço de Sóstenes em Brasília.

Em coletiva após a operação, o líder da bancada na Câmara afirmou que o dinheiro é recurso “lícito” de venda de um imóvel. Também fez críticas ao presidente Lula (PT) e ao ministro do STF Alexandre de Moraes, e disse ser vítima de “perseguição” ao bolsonarismo. Assessores dele e de Jordy também foram alvos da batida policial.

A ação desta sexta-feira é desdobramento de outra que ocorreu há exatamente um ano, em 19 de dezembro de 2024, quando funcionários lotados nos gabinetes de Sóstenes e Jordy entraram na mira da PF.

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