Política

Câmara aprova urgência de projeto que permite punir motim de deputados

Texto da Mesa Diretora prevê suspender imediatamente por até seis meses o mandato de quem obstruir as atividades no plenário

Câmara aprova urgência de projeto que permite punir motim de deputados
Câmara aprova urgência de projeto que permite punir motim de deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira 19, o requerimento de urgência para o projeto de mudança no Regimento Interno da Casa para punir deputados que impedirem o funcionamento das atividades legislativas. A iniciativa, do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi subscrita por todos os integrantes da Mesa Diretora.

Com a aprovação da urgência,  a proposta poderá ser votada nas próximas sessões do Plenário, sem precisar passar por comissões temáticas.

A ideia começou a ser estudada na semana passada, dias depois de parlamentares da oposição ocuparem os plenários da Câmara e do Senado. O grupo protestava contra a decisão que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonarotentava forçar a votação do PL da Anistia, cujo objetivo principal é livrar o ex-capitão da cadeia pela tentativa de golpe em 2022.

O texto da Mesa Diretora prevê suspender imediatamente por até seis meses o mandato de quem obstruir as atividades no plenário. Depois, o caso será enviado ao Conselho de Ética, colegiado responsável por sancionar deputados por eventual quebra de decoro parlamentar. Atualmente, o Regimento da Câmara não prevê suspensão sumária, e cabe à Mesa Diretora apenas enviar uma representação ao Conselho.

“Os recentes e graves episódios de ocupação da Mesa do Plenário desta Casa, assim como de confrontos físicos entre parlamentares são manifestamente incompatíveis com a dignidade do mandato e com os próprios fundamentos do Estado Democrático de Direito”, diz a justificativa do projeto. As mudanças buscam “assegurar a ordem e preservar a integridade do processo legislativo”, completa o texto.

A proposta acrescenta ainda novas tipificações à quebra de decoro, entre elas:

  • praticar ofensas morais nas dependências da Câmara dos Deputados ou desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão, ou os respectivos presidentes;
  • praticar agressão física nas dependências da Câmara dos Deputados;
  • impedir ou obstaculizar, por ação física ou por qualquer outro meio que extrapole os limites do exercício regular das prerrogativas regimentais, o funcionamento das atividades legislativas.

Em reunião na semana passada, líderes da Casa defenderam mudanças no Regimento para evitar um novo motim no plenário. Interlocutores também aconselharam Motta a punir os deputados que impediram a realização dos trabalhos, diante da avaliação de que o presidente da Câmara saiu enfraquecido do episódio.

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