O governador do Estado de São Paulo, João Doria, defendeu os policiais que atuaram na incursão ao baile funk de Paraisópolis na madrugada do domingo e negou que as nove mortes tenham sido causadas pela PM. “A letalidade não foi provocada pela PM, e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo baile funk. É preciso ter muito cuidado para não inverter o processo”, declarou o governador em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira 2.
Doria ainda negou que tenha havido invasão ao baile, tese que sustenta a divulgada pela Polícia. A corporação afirma que PMs reagiram a um ataque de dois criminosos que estavam em uma moto atirando. Frequentadores do baile, no entanto, negam a narrativa e afirmam que a entrada dos policiais na favela aconteceu com o objetivo de dispersar a multidão devido ao barulho.
Mais cedo, durante solenidade de filiação do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno ao PSDB do Rio de Janeiro, o governador elogiou a política de segurança do Estado. “Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada”, afirmou.
Vídeos publicados por moradores e já entregues à corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, que assumiu o inquérito, mostram policiais encurralando e agredindo jovens em uma estreita viela do bairro.
Ainda conforme declarou o governador, a PM agiu de acordo com o protocolo de segurança pública. “Não houve nenhum tiro de policiais em qualquer momento. O comportamento, atitude, posicionamento da Polícia Militar continuará dentro do protocolo, dentro dos programas de segurança pública estabelecidos desde o começo da nossa gestão. O que não nos desobriga de reavaliar e rever pontos específicos, onde falhas possam ter acontecido e penalizar, se as circunstâncias assim determinarem, quem cometeu erros.”
O comando geral da Polícia Militar afirmou que os policiais envolvidos na ação seguem “preservados” até a conclusão do inquérito, prestando serviços administrativos.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login