Entrevistas

A justificativa para a prisão preventiva de Bolsonaro, segundo o presidente do PSOL

A CartaCapital, Juliano Medeiros disse que discorda da visão de que tornar o ex-capitão inelegível seria suficiente para puni-lo

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros. Foto: Reprodução
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O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou nesta sexta-feira 17 que a decretação de uma prisão preventiva impediria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de destruir provas e de coagir testemunhas de acusações que ele pode responder.

A declaração ocorre dias após o PSOL anunciar a obtenção de 300 mil assinaturas em um documento que pede a detentação do ex-presidente. O partido acionou o Supremo Tribunal Federal em 2 de janeiro com um requerimento de prisão cautelar.

“O [pedido de] prisão não tem a ver com os crimes que Bolsonaro cometeu ao longo dos seus 28 anos como deputado ou ao longo dos quatro anos como presidente. O pedido se refere à ameaça que o Bolsonaro representa”, afirmou Medeiros em entrevista ao Direto da Redação, boletim de notícias de CartaCapital no Youtube. “O dia 8 de janeiro confirmou os nossos temores. Bolsonaro é um líder de uma facção política violenta que não respeita as instituições e precisa responder por isso”.

De acordo com o dirigente partidário, “Bolsonaro representa uma ameaça à ordem pública e pode destruir provas, coagir testemunhas e usar o poder que tem como ex-presidente para se proteger da Justiça”.

Na conversa, Medeiros ainda disse que discorda da visão de que tornar o ex-presidente inelegível já seria suficiente para puni-lo.

“Há lideranças políticas que consideram melhor deixar o Bolsonaro inelegível e não prendê-lo, porque uma prisão poderia gerar uma situação de criação de um mártir da extrema-direita”, avaliou. “Eu não concordo porque, por esse raciocínio, nunca mais vai se poder prender qualquer liderança política com medo de que o ato se torne uma consagração. O fato de ter havido uma prova injusta e sem provas do Lula não pode servir de justificativa para que nunca mais o Judiciário tome decisões envolvendo ex-chefes de Estado”.

Assista a íntegra da entrevista:

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