A “ficha corrida” de Anthony Garotinho

O ex-governador acumula condenações e processos ao longo da carreira política

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Anthony Garotinho parecia ter reencontrado a ribalta da política após a eleição de Marcelo Crivella, a quem apoiou abertamente, como prefeito do Rio de Janeiro.

Nos últimos tempos, o controverso ex-governador, candidato à Presidência da República em 2002, viu sua influência se limitar às fronteiras de Campos, cidade onde nasceu e atualmente administrada por sua mulher, Rosinha.

A prisão na quarta-feira 16, sob a acusação de compra de votos nas eleições locais, enterra de vez a sua reabilitação.

Radialista, evangélico, Garotinho iniciou a carreira política no PDT de Leonel Brizola, passou pelo PSB e encontrou-se no PR, sigla dominada por lideranças religiosas. Mudou menos de partidos do que respondeu a processos judiciais.

Em 2010, foi condenado a dois anos de prisão por formação de quadrilha.Segundo as investigações, Garotinho acobertou um esquema organizado na Polícia Civil para facilitar os negócios de bicheiros fluminenses e cometer crimes variados.

A quadrilha se estabeleceu no período em que Rosinha governou o estado do Rio de Janeiro e era comandada por integrantes da “turma do chuvisco”, apelido dado ao grupo político do clã (referência a um biscoito famoso em Campos).


Furioso, Garotinho acusou o juiz Marcos Moliari, que o havia condenado, de prevaricação e corrupção passiva. Acabou processado por calúnia e sentenciado em maio deste ano a outros dois anos de prisão, pena convertida em multa e prestação de serviços comunitários.

Um levantamento em 2013 realizado pelo site Congresso em Foco indicou que o então deputado federal pelo PR era o parlamentar mais investigado da Câmara. Naquela época, Garotinho era réu em uma ação e alvo de mais sete inquéritos.

Como nenhum dos casos chegou à segunda instância, o ex-governador continua livre do enquadramento na Lei da Ficha Limpa e apto a disputar eleições.

Os métodos de Garotinho e seu grupo político em Campos são amplamente conhecidos. Em 2002, já candidato à presidência pelo PSB, Garotinho conseguiu barrar na Justiça uma reportagem de CartaCapital sobre seus negócios na cidade.

A revista trazia o depoimento de Guilherme Freire, empresário detentor de contratos com a prefeitura que afirmava ter atuado como financiador de campanhas e laranja do ex-governador em vários negócios, inclusive na compra de uma emissora de rádio.

Velho amigo de escola, Freire teria se tornado um desafeto do político após se recusar a financiar a compra de uma emissora de tevê local para o ex-aliado. Até hoje, o empresário sustenta as denúncias com documentos e gravações.

As investigações nunca foram adiante. As reportagens de CartaCapital podem ser lidas abaixo:

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