A crise também é estética

O Halloween em Brasília reuniu boiadeiros, militares de hospício e de pijama, torcedores da seleção e black blocs aposentados

Não satisfeita em apunhalar uma tela de Di Cavalcanti, a matilha bolsonarista marcou território no STF - Imagem: Redes sociais

Apoie Siga-nos no

Dona Fátima, 67 anos, de Tubarão, Santa Catarina, foi uma das estrelas dos atos terroristas. Se não deu a própria vida para livrar o Brasil de Lula e do comunismo, a patriota entregou ao menos restos do corpo. Fez o que pôde. O vídeo de dona Fátima viralizou no Twitter e é absolutamente necessário descrevê-lo nos pormenores, o que me leva a pedir desculpas antecipadas aos leitores mais sensíveis. Alguém filma a cena e pergunta à invasora: “Dona Fátima, quebrando tudo?” “Quebrando tudo”, responde ela. “E cagando nessa bosta aqui.” “Cagou lá no banheiro, fez uma sujeira lá? É isso, dona Fátima, Deus abençoe a senhora”, agradece o cúmplice. “É guerra, vamos pra guerra”, retruca a heroína do vaso sanitário. A catarinense até foi pudica, preferiu lançar os petardos golpistas no lugar apropriado.

Outros vândalos não se fizeram de rogados, preferiram radicalizar e transformaram os corredores do Supremo Tribunal Federal em banheiro unissex, como uma matilha que demarca o território. Os invasores produziram tantas provas contra si mesmos, em todos os ângulos e sentidos, que o único trabalho dos investigadores vai ser separar os rostos das nádegas. Os legistas do CSI e os laboratórios de análises clínicas estariam exultantes. Há DNA por todos os cantos.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 17 de janeiro de 2023 04h39
Depois de deixarem vestígios de DNA , marcas nos prédios da Praça dos Três Poderes e provas robustas em que os terroristas bolsonaristas se filmaram para exibir todo o seu “heroísmo” nas redes sociais, além de destruírem obras de arte em que rasgaram Di Cavalcanti, quebraram e roubaram Brecheret, presentes de diversas personalidades e autoridades estrangeiras ao palácio dos três poderes, dentre as suas manifestações de intentonas patéticas e nada mais eivado de simbolismo que todos os atos repugnantes o que literalmente se destacou foi a defecação de alguns nos corredores do STF. Isso representa metaforicamente o que foi o governo que Bolsonaro implementou no Brasil em seus 4 anos de desgoverno. Mas, infelizmente, a malta bolsonarista se identificou literalmente com ele, tanto no aspecto metafórico como em atitudes concretas, e o pior é que ainda temos que conviver com essas bestas humanas no dia a dia em nosso país.
Eleonilson R dos Santos 14 de janeiro de 2023 20h11
A depreciação humana é gritante, como produto de um sistema perverso e desumano. Quiséramos nós, assim como urge, a superação desse estado de coisas por um modo de produção do ser social mais compatível com a humanidade, pra enterrar de uma vez por toda essas podridão que ainda estamos vivenciando.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.