Política

A CPI dos Bingos e suas consequências

A investigação de 2006 tinha o objetivo de apurar as relações de Carlos Cachoeira com Waldomiro Diniz. Se tivesse trabalhado direito…

Waldomiro Diniz (esquerda) e seu advogado, em 2004: Se a CPI dos Bingos tivesse funcionado direito... Foto: J. Freitas/ABr
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Outro dia uma renomada colunista de política de um jornal brasileiro alertou: a CPI do Cachoeira teria perdido o foco. Era uma tentativa de enterrar desde já os trabalhos dos parlamentares. Deve ser ingenuidade. Ou muita confiança na memória curta dos leitores. Em 2006, a colunista não reclamava da existência ou não de foco nas CPIs em curso. Ao contrário. Dizia que o trabalho do Congresso não deveria ter limitadores, era preciso devassar tudo. Aplaudia a coragem da oposição. O alvo era o governo Lula.

Vivíamos os dias da “CPI do Fim do Mundo”, também intitulada CPI dos Bingos. Seu objetivo era investigar as relações de Carlos Cachoeira com Waldomiro Diniz, assessor de José Dirceu na Casa Civil, e a influência dos bicheiros no País. Cachoeira havia mostrado suas credenciais de repórter investigativo: o bicheiro filmara Diniz a lhe pedir propina. O caso, divulgado pela revista Época,  seria o primeiro escândalo da administração petista. Não faz muitos meses, o ex-assessor de Dirceu foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva, entre outros crimes.

Infelizmente os eleitores pouco souberam sobre a influência do Jogo do Bicho no Brasil. Os parlamentares apuraram a morte do prefeito Celso Daniel, as acusações do doleiro condenado Toninho da Barcelona, os dólares de Cuba, a mula-sem-cabeça e o Boitatá. Por isso o apelido CPI do Fim do Mundo.

Cachoeira safou-se, ampliou seus “negócios” e engrenou, segundo revela a Polícia Federal, uma bela parceria com o senador Demóstenes Torres. Seis anos depois, Cachoeira volta a ser o centro de uma CPI.

Outro dia uma renomada colunista de política de um jornal brasileiro alertou: a CPI do Cachoeira teria perdido o foco. Era uma tentativa de enterrar desde já os trabalhos dos parlamentares. Deve ser ingenuidade. Ou muita confiança na memória curta dos leitores. Em 2006, a colunista não reclamava da existência ou não de foco nas CPIs em curso. Ao contrário. Dizia que o trabalho do Congresso não deveria ter limitadores, era preciso devassar tudo. Aplaudia a coragem da oposição. O alvo era o governo Lula.

Vivíamos os dias da “CPI do Fim do Mundo”, também intitulada CPI dos Bingos. Seu objetivo era investigar as relações de Carlos Cachoeira com Waldomiro Diniz, assessor de José Dirceu na Casa Civil, e a influência dos bicheiros no País. Cachoeira havia mostrado suas credenciais de repórter investigativo: o bicheiro filmara Diniz a lhe pedir propina. O caso, divulgado pela revista Época,  seria o primeiro escândalo da administração petista. Não faz muitos meses, o ex-assessor de Dirceu foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva, entre outros crimes.

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