“O professor é o coach do aluno.” Assim o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, definiu a função dos docentes em sala de aula durante uma live com educadores à qual CartaCapital teve acesso. O empresário do ramo da tecnologia, que cresceu e prosperou no Paraná e chegou a ser cotado para ministro de Bolsonaro, assumiu a pasta no governo de Tarcísio de Freitas neste ano e está empenhado em acelerar a digitalização da educação paulista. Em 2024, anunciou o secretário, serão abolidos os livros físicos do material distribuído aos ensinos fundamental e médio. Para tanto, a secretaria abriu mão da verba de 120 milhões de reais do Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação, destinada à compra de impressos, e pretende gastar 211 milhões na aquisição de 24 milhões de exemplares digitais próprios sem licitação. Não só: após a grita de especialistas, governador e secretário optaram por uma emenda pior que o soneto. As cartilhas digitais, apartadas do plano federal e criadas exclusivamente para os alunos paulistas, serão impressas. Ou seja, mais custos aos cofres públicos, sem nenhum ganho de eficiência.
Para sorte de professores, estudantes e contribuintes paulistas, a marca registrada de Freitas é a tibieza. Na noite da quarta-feira 16, após a Justiça conceder uma liminar que proíbe a Secretaria da Educação de rejeitar o Programa Nacional de Livro Didático, o governador recuou da decisão de produzir o próprio material e informou a adesão ao plano federal. Não é a primeira vez que Freitas, cotado para ser o novo Bolsonaro, volta atrás de uma decisão antes dada como definitiva.
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