A cartilha de Feder

Controle ideológico e lucros para sua própria empresa movem o secretário da Educação

Imagem: GOVSP e Flávio Florido/GOVSP

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“O professor é o coach do aluno.” Assim o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, definiu a função dos docentes em sala de aula durante uma live com educadores à qual CartaCapital teve acesso. O empresário do ramo da tecnologia, que cresceu e prosperou no Paraná e chegou a ser cotado para ministro de Bolsonaro, assumiu a pasta no governo de Tarcísio de Freitas neste ano e está empenhado em acelerar a digitalização da educação paulista. Em 2024, anunciou o secretário, serão abolidos os livros físicos do material distribuído aos ensinos fundamental e médio. Para tanto, a secretaria abriu mão da verba de 120 milhões de reais do Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação, destinada à compra de impressos, e pretende gastar 211 milhões na aquisição de 24 milhões de exemplares digitais próprios sem licitação. Não só: após a grita de especialistas, governador e secretário optaram por uma emenda pior que o soneto. As cartilhas digitais, apartadas do plano federal e criadas exclusivamente para os alunos paulistas, serão impressas. Ou seja, mais custos aos cofres públicos, sem nenhum ganho de eficiência.

Para sorte de professores, estudantes e contribuintes paulistas, a marca registrada de Freitas é a tibieza. Na noite da quarta-feira 16, após a Justiça conceder uma liminar que proíbe a Secretaria da Educação de rejeitar o Programa Nacional de Livro Didático, o governador recuou da decisão de produzir o próprio material e informou a adesão ao plano federal. Não é a primeira vez que Freitas, cotado para ser o novo Bolsonaro, volta atrás de uma decisão antes dada como definitiva.

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4 comentários

José Carlos Gama 23 de agosto de 2023 14h24
Quando se tem principios errados , sempre o resultado sera, no mínimo, equivocado. Não existe vida inteligente nesse governo paulista existe sim é interesse em polir o teto em detrimento da base - pior, ainda assim eles, miseravelmente, sempre disputam lá e cima pela preferencia em continuar polindo o Brasil e deixando o barro enferrujando a base.
José Carlos Gama 23 de agosto de 2023 14h28
ops: em...
Jovem Sã 23 de agosto de 2023 16h10
Para a educação dar certo, ela precisa ser democrática. Se não ouvirmos os expecialistas e o povo na hora de tomar decisões sebre esse tema, o Brasil continuará sendo uma vergonha na educação. São Paulo de Tarcísio esta indo na contramão do Brasil nessa questão exencial, e isso não será bom para o estado.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 24 de agosto de 2023 11h52
Aguardemos os próximos episódios de aplicação do ROCO: Regulamento de Ordens e ContraOrdens, que o ex-capitão Tarcísio conhece e que foi muito utilizado no governo no qual era ministro. No demais, os criadores da deforma educacional de 1970 devem estar rolando de rir nos seus túmulos. Seus seguidores são melhores do que a encomenda.

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