Economia
A avaliação dos brasileiros sobre a resposta de Lula ao tarifaço de Trump, segundo a nova pesquisa Quaest
O levantamento também mostra que atuação do clã Bolsonaro diante das tarifas é mal avaliada entre os brasileiros


Na mesma pesquisa em que mediu a aprovação e avaliação do governo Lula perante os eleitores, a consultoria Quaest buscou a opinião da população brasileira sobre as reações do governo federal e do clã Bolsonaro diante do tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros. O cenário divulgado nesta quarta-feira 20 mostra apoio popular à postura do atual presidente.
Segundo o levantamento, 48% dos eleitores afirmam que Lula e o PT são os que estão agindo de melhor maneira no embate com os norte-americanos – quatro pontos percentuais acima do registro anterior, de julho. Para 28%, são os bolsonaristas que estão agindo melhor no episódio. Convém lembrar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) insiste em pressionar o governo dos EUA por mais sanções contra o País.
A resposta de Lula ao tarifaço é bem avaliada por 44% dos entrevistados, contra 46% que dizem que ele está agindo mal – o que indica empate técnico, diante da margem de erro de dois pontos percentuais. Por outro lado, as posturas de Jair e Eduardo Bolsonaro têm um índice de desaprovação significativamente maior, assim como os demais nomes da direita monitorados. Confira:
Negociação é o melhor caminho?
A maioria dos entrevistados (67%) diz ter preferência por uma saída negociada. O índice é superior ao registrado no levantamento anterior. Em contrapartida, há uma queda no percentual de pessoas que defendem uma resposta “olho por olho”, com taxação a produtos dos EUA.
‘Trump está errado’
A pesquisa também mostra uma clara a rejeição da população brasileira às medidas adotadas pelo governo dos EUA: 71% dos entrevistados disseram que Trump está errado ao impor as tarifas ao Brasil em retaliação a uma suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro. Só 21% dizem que ele agiu corretamente.
Foram ouvidas 2.004 pessoas, entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi feito em parceria com a Genial Investimentos.
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