Política
A avaliação do líder o governo no Senado sobre o projeto de anistia
O avanço do texto seria uma afronta à democracia e um ‘convite’ para novas tentativas de golpe, diz Wagner


O líder do governo Lula (PT) no Senado, Jaques Wagner (BA), avaliou que o avanço de um projeto de anistia no Congresso seria uma afronta à democracia e um “convite” para novas tentativas de golpe. Para o petista, é preciso “recriar” o movimento das diretas já em defesa das instituições brasileiras.
“É importante que as pessoas entendam que estamos em um quadro mundial complicado. Que se a gente que defende a democracia não se alinhar, independente se é progressista, se é conservador. A gente tem que recriar as diretas já em defesa da democracia”, disse a CartaCapital neste sábado 6.
Até o momento não há nenhum texto oficialmente apresentado por Alcolumbre, mas ideia é limitar a anistia aos envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Os organizadores e financiadores ficariam de fora da anistia, algo que é rejeitado pela família Bolsonaro.
Atualmente existe um projeto do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) que propõe uma redução proporcional de penas para casos específicos, mantendo a responsabilização penal individualizada e excluindo do “benefício” organizadores e financiadores. Na prática, o senador defende uma reforma no Código Penal a fim de diminuir, em alguns casos, as penas pelos crimes de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
As falas de Wagner foram durante a cerimônia de posse do novo diretório baiano neste sábado 6. Além do novo presidente estadual da sigla, Tássio Brito, também estiveram presentes outras figuras do PT, como o presidente nacional Edinho Silva e o secretário de comunicação do partido, Éden Valadares.
Às vésperas do retorno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Wagner afirmou que “não tem discussão” em relação ao processo que corre no Supremo Tribunal Federal. “Na minha opinião, não se trata de torcida, se trata de julgamento (…) tem provas contundentes e, portanto não tem o que discutir. A minha torcida é que o julgamento seja feito dentro daquilo que pressupõe a justiça. Analisando as provas e dando amplo direito de defesa”, completou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.