8 de Janeiro: Um ano depois, o que pensam os brasileiros sobre o ataque e o papel de Bolsonaro

Uma pesquisa Quaest traça o panorama da desaprovação aos atos golpistas na véspera do 1º aniversário

Bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Foto: Sergio Lima/AFP

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Um ano após os ataques golpistas de 8 de Janeiro, 89% dos brasileiros reprovam a depredação e 6% dizem aprovar a ação executada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), segundo uma pesquisa Quaest divulgada neste domingo 7.

No primeiro levantamento do instituto sobre o tema, em fevereiro do ano passado, 94% desaprovavam, 4% aprovavam e 2% não sabiam responder.

Na nova pesquisa, entre os eleitores de Lula (PT), 94% desaprovam os ataques e 4% os aprovam. Entre os brasileiros que votaram em Bolsonaro, os índices são, respectivamente, de 85% e 11%.

A Quaest também questionou se o ex-capitão teve alguma influência no 8 de Janeiro. 47% responderam que sim, enquanto 43% rechaçaram a ideia e 10% não responderam.

No Nordeste, 57% apontam a inluência de Bolsonaro (o maior índice) e 33% a rejeitam. No Sul, por outro lado, 39% acreditam ter havido influência e 52%, não.

No geral, 51% dos brasileiros veem os participantes da depredação como radicais que não representam os eleitores de Bolsonaro, enquanto 37% avaliam que eles representam os eleitores do ex-presidente. 13% não responderam.


A Quaest entrevistou 2.012 pessoas entre 14 e 18 de dezembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Ato para lembrar o 8 de Janeiro

Congresso Nacional sediará nesta segunda-feira 8, às 15h, uma cerimônia para marcar um ano dos ataques golpistas de 8 de Janeiro. Intitulado Democracia Inabalada, o ato terá a presença, entre outros, do presidente Lula (PT) e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso.

A projeção é de que o evento contará com cerca de 500 convidados. Também marcarão presença Rosa Weber, que presidia o STF à época dos ataques bolsonaristas; o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de governadores e ministros de Estado.

A abertura do ato terá a execução do Hino Nacional pela cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Em seguida, discursarão os presidentes dos Três Poderes. No encerramento da solenidade, as autoridades irão até a entrada do Salão Nobre do Senado, para a reintegração simbólica ao patrimônio público de uma tapeçaria de Burle Marx e de uma réplica da Constituição Federal de 1988.

A obra de Burle Marx foi criada em 1973 e vandalizada durante a invasão do Palácio do Congresso Nacional em 8 de Janeiro. Após um minucioso trabalho de restauração, a tapeçaria voltou ao patrimônio do Senado. Já a réplica da Constituição foi recuperada, sem qualquer dano, após ter sido furtada da sede do Supremo.

Haverá restrição de acesso às imediações do Salão Negro, a partir das 14h de segunda-feira, por meio de barreiras controladas pelas Polícias Legislativas do Senado e da Câmara dos Deputados.

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