8 de Janeiro: Lula chama Bolsonaro de ‘golpista’ e sugere que filhos do ex-presidente renunciem

O presidente encerrou evento 'Democracia Inabalada', que marca um ano dos ataques golpistas

O presidente Lula (PT), no evento "Democracia Inabalada". Foto: Sergio Lima/AFP

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O presidente Lula (PT) chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “golpista” durante discurso nesta segunda-feira 8, no Congresso Nacional, na solenidade Democracia Inabalada, a marcar um ano dos ataques de 8 de Janeiro.

No pronunciamento final da cerimônia, Lula responsabilizou Bolsonaro, sem mencioná-lo nominalmente, por ter, em suas palavras, pregado que adversários fossem “fuzilados ou enforcados”.

“Adversários políticos e autoridades constituídas poderiam ser fuzilados ou enforcados em praça pública – a julgar por aquilo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e seus seguidores tramaram nas redes sociais”, afirmou o presidente.

“Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo.O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas”, declarou o petista.

Lula também afirmou que, se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, “o Brasil estaria mergulhado no caos econômico e social, o combate à fome e às desigualdades teria voltado à zero, nosso País estaria novamente isolado no mundo e a Amazônia, em pouco tempo, reduzida às cinzas para a boiada e o garimpo ilegal passarem”.

O presidente disse, ainda, que “não há democracia sem liberdade”, mas que liberdade não significa “permissão para atentar contra a democracia”. Na ocasião, ele mencionou a disseminação de fake news sobre vacinas e defendeu a regulação das redes sociais.


“Liberdade não é uma autorização para espalhar mentiras sobre as vacinas nas redes sociais, o que pode ter levado centenas de milhares de brasileiros à morte por Covid. Liberdade não é o direito de pregar a instalação de um regime autoritário e o assassinato de adversários. As mentiras, a desinformação e os discursos de ódio foram o combustível para o 8 de Janeiro.”

Lula também relembrou as disputas eleitorais em que saiu derrotado e aquelas em que se sagrou vencedor e defendeu o voto eletrônico. Além disso, em outra referência a Bolsonaro, criticou políticos eleitos que difamam o sistema eleitoral.

“As pessoas que duvidam das eleições e da legalidade da urna brasileira porque perderam as eleições, por que não pedem para o seu partido renunciar a todos os deputados e senadores que foram eleitos? Os três filhos dele que foram eleitos, por que não renunciam em protesto à urna fraudulenta?”, questionou.

O evento teve a presença do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e de outros ministros, governadores e parlamentares, em Brasília.

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1 comentário

joao medeiros 11 de janeiro de 2024 21h33
Lula somente utilizou a mesma prática espiritual do AntiCristo do Bolsonaro, afinal, todos eles, sempre disseram, dissimuladamente que Lula e seus filhos eram ladrões. Tá jóia e. ficou, toda a maldade, rachadinha.

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