Política

2022 vai ser uma tragédia econômica, diz Ciro Gomes

O presidenciável criticou a política econômica de Bolsonaro e responsabilizou presidentes anteriores pelo histórico de ‘injustiças’

2022 vai ser uma tragédia econômica, diz Ciro Gomes
2022 vai ser uma tragédia econômica, diz Ciro Gomes
Ciro Gomes, no Sindicato dos Padeiros de São Paulo. Foto: Reprodução/Facebook
Apoie Siga-nos no

O pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, disparou críticas aos adversários Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Sérgio Moro (Podemos) em agenda no Sindicato dos Padeiros, em São Paulo, nesta quarta-feira 8.

Ciro se concentrou em abordar as perspectivas para a política econômica dos três oponentes e disse ter expectativa de “tragédia” para o ano que vem, devido a decisões dos presidentes anteriores a Bolsonaro e ao que chamou de “mentira” da esquerda brasileira.

“Fomos nós que fizemos isso. Nós fomos ao poder no Brasil. Nós passamos 26 anos no Brasil, no poder. Arrebentamos o País com essas injustiças”, disse Ciro Gomes. “Bolsonaro foi um ato de revolta, de amargura do povo brasileiro, contra a nossa mentira, contra a mentira da esquerda brasileira, contra a traição do seu Lula, do seu PT, do seu PSB, do seu PSDB. E eu me incluo nisso. Eu estava lá ajudando. Não tivemos coragem de fazer as transformações de que o País precisava.”

Ciro Gomes completou: “Sabe o que vai ser em 2022? Lideranças sindicais, prepara as costas. Já está precificado, vai ser uma tragédia econômica o ano de 2022 no Brasil. Não é porque eu sou profeta, não. Eu conheço esse negócio com a minha alma”.

O presidenciável citou como mau prenúncio a decisão do Comitê de Política Monetária, o Copom, de aumentar a taxa de juros em 1,5 ponto percentual, chegando a 9,25% ao ano, maior índice desde 2017. Criticou ainda a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central, que, segundo ele, deve favorecer especuladores do mercado financeiro e limitar os poderes do Executivo na adoção novas políticas econômicas.

Outra observação foi sobre a situação de empresas que registram inadimplência e de famílias que perdem renda.

“Vocês acham que isso é assunto para a concorrência selvagem do mercado resolver? Nunca foi assim no mundo. Nenhum país sério que se desenvolveu, nem Estados Unidos, nem China, fez assim. O que funciona? É acabar com a propriedade privada, como os comunistas no passado propunham? Também não funciona”, declarou.

Na sequência, disse que “o que parece funcionar é uma economia mista, com um governo forte” e com “iniciativa privada poderosa, porém convergente e regulada“.

Em relação a Moro, Ciro Gomes disse que “a elite brasileira é canalha” por, “na pior crise da história”, apoiar “um pilantra que, como juiz, malversou a sua tarefa para servir a outro político”.

“A elite brasileira quer fazer desse cara a força de qualquer parada. Não vai funcionar. Mas quer fazer na marra”, declarou.

Ciro Gomes, no entanto, tem visto o seu percentual derreter nas pesquisas eleitorais após a chegada de Moro na disputa. Segundo levantamento da consultoria Quaest divulgado nesta quarta-feira 8, o ex-governador do Ceará tem somente 5% das intenções de voto, marcando o 4º lugar, atrás de Moro (10%), Bolsonaro (23%) e Lula (46%).

No 2º turno, Ciro Gomes perderia para Lula por 54% a 21%, mas venceria Bolsonaro por 39% a 34%.

Para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), ainda é muito cedo para dizer que Ciro não tem mais chances de crescer. Em recente entrevista a CartaCapital, Dino disse que a população deve levar mais tempo para indicar a sua real decisão eleitoral.

“É precoce dizer que o Ciro não terá mais possibilidade de crescimento. Ele tem muitas virtudes, muitos talentos, conhecimento da realidade. É um grande orador, tanto em entrevistas quanto em debates e na rua. Ele tem atributos que Moro não tem”, avaliou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo