Política

1.500 ex-alunos de Direito da USP pedem o impeachment de Bolsonaro

Ex-alunos da Faculdade de Direito da universidade, signatários afirmam que ações do presidente afrontam a Constituição

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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Juristas ex-alunos da Faculdade da Universidade de São Paulo apresentaram um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira 20. O chefe do Palácio do Planalto já é alvo de mais de 60 pedidos de impedimento, mas nenhum deles foi pautado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O documento tem 1.450 assinaturas coletadas entre 18 e 20 de janeiro. Os signatários argumentam que Bolsonaro fez declarações mentirosas durante a pandemia, contrariou a ciência, propagandeou “pseudotratamentos” de forma criminosa, atacou o Judiciário e a imprensa, faltou com responsabilidade no fornecimento de oxigênio a Manaus e se omitiu em planos e decisões para conter a pandemia do novo coronavírus.

Para os juristas, essas ações confrontam o que está previsto na Constituição, em relação à garantia da promoção do bem aos brasileiros. Eles pedem que os candidatos à presidência da Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL) se comprometam com a pauta, para “recompor a normalidade” no comando do Executivo.

“Se é dever democrático aguardar a próxima rodada eleitoral para cobrar a responsabilidade política de maus gestores, a Constituição nos confere um botão de pânico quando o risco de continuidade de um mau mandato coloca em xeque o funcionamento do próprio Estado e a vida dos nossos cidadãos. É o que, infelizmente, temos vivido em especial nesses últimos 12 meses”, escreveram.

Exigimos que ultrapasse a sua inexplicável inércia; dos candidatos, que se empossados, rejeitem a omissão, cumpram seu dever e deem à nação o direito de respirar democraticamente: instaurem o processo de impedimento!

Entre as personalidades que assinam a carta, estão o atual diretor da faculdade, Floriano de Azevedo Marques Neto, o criminalista Pierpaolo Cruz Bottini, o professor Sebastião Tojal e a advogada Dora Cavalcanti.

Conforme mostrou CartaCapital, os pedidos de impeachment nas redes sociais aumentaram 473% um dia após Manaus entrar em colapso na saúde. Na semana passada, Maia disse, em entrevista coletiva, que será inevitável discutir impeachment “no futuro” e justificou que, até então, o Congresso priorizou ações contra a crise sanitária.

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